O dia-a-dia de quem não tem carro pessoal é difícil na cidade e província de Maputo. É preciso fazer-se cedo ao local de trabalho ou escola, mas os transportes públicos e “chapas” não tomam conta do recado. Por causa disso, algumas “almas” nutridas de bondade ajudam, vezes sem conta, aqueles que estão aflitos em fazer-se aos seus destinos com alguma pontualidade. Bula-bula respeita este gesto, afinal é preciso, sempre que possível, estender a mão a quem precisa.
Como vós sabeis, Bula-bula é do povo e tudo o que acontece toma conhecimento. Recentemente, ecoou nos seus ouvidos que têm circulado por aí alguns lobos disfarçados de cordeirinhos.
Na verdade são indivíduos que se aproveitam da aflição dos outros para ludibriarem. Geralmente chegam como quem está disposto a ajudar, no entanto, na primeira distracção da pessoa que está na boleia roubam todos os seus pertences e vão-se embora.
O truque é simples: oferece boleia e a meio do caminho pede ao boleiante que lhe compre água. Desprevenida, a vítima sai do carro e, inocentemente, deixa a bolsa ou celular e vai à barraca aviar o pedido. Quando volta, o carro sumiu e com ele a bolsa, celular ou outro bem. Depois é o credo na boca!
Uma das vítimas destes ladrões disse que o fulano pediu-lhe que fosse comprar as famosas “3-100”. Como manda a boa educação, é preciso saber sempre agradecer a quem ajuda, e sair por uns dois minutinhos para adquirir qualquer coisa é também uma forma de boa educação…
Quando voltou, o carro tinha desaparecido e os seus pertences! Não havia nem sinal deles. O homem tinha-se evaporado. O caso foi até a Policia e descobriu-se que afinal ela era mais uma das vítimas daqueles burladores que estão aí à solta.
Bula-bula chama atenção a todos: é preciso ter cuidado com as pessoas porque quem ajuda, não cobra; se cobra, não logo; se logo, não tudo; se tudo, não tal, e se tal, inimigo mortal...