Bula- bula está zangadíssimo com a PRM. Bem não com a corporação toda. Zangado com aqueles dois polícias que estavam ali perto do Cinema Charlot na última quinta-feira. Foram maus aqueles agentes. Meia hora com eles e menos 500 paus no bolso… não há justiça…
A história conta-se em dois tempos: íamos com a sua, já coçados pelo tempo, mochila de costas para a UEM. Não se espantem (Bula- bula também é estudante). Dizia que ia tranquilamente ali por aquelas bandas quando dois diligentes cinzentinhos (isto já dito com raiva) abordaram-no. Era dia. O sol fazia das suas apesar do frio da época. Documentos? Exigiram com a natural arrogância de quem se julga acima de tudo e todos.
BI exibido. Não desses de um tal Cufene Sitoe de origem asiática, mas Bilhete de Identidade de verdade. Abre a mochila. Ordenaram. Mochila aberta. O que é isso? Questionaram. Computador. Computador? Espantaram-se. Sim. Computador. Hum. Entreolharam-se. E faz o quê com ele? Perguntaram. Trabalhos de escola, ouvir música, ver vídeos. Tudo bem. Cartão de estudante? Mostramo-los
Parecia que o assunto estava arrumado de vez, mas não. Onde estão os documentos do computador? Perguntaram. O chão abriu-se. Bula-bula sentiu-se engolido. Parecia que tinha mergulhado no purgatório. Aquilo fez lembrar A Divina Comédia de Dante Alighieri. Só podia ser uma brincadeira. O computador tem uns 6 anos e até já começa a acusar o peso da idade. Claramente que ninguém anda com o recibo de compra de um computador.
Os dois Cinzentinhos (são mesmo isso, aqueles dois) insistiram. Queriam os papéis. Entrementes, iam mandando parar outros transeuntes e amiúde exigiam as coisas mais absurdas e, claro, que tudo terminava com pagamentos de “subsídios” aos homens da Lei e desordem.
Palavra puxa palavra. Quem tem arma tudo pode. Uma hora de ameaças entre outras coisas culminou com o pagamento de 500 paus. Ok. Disseram os malandros. Podes ir. Se encontrares outros colegas, diga que passaste por aqui. Eles sabem. Bula- bulasaiu dali mais derrotado do que Hitler. Há agentes que são mais perigosos do que os verdadeiros bandidos. Uns actuam na calada da noite. Estes de dia. São mais perigosos porque estão entrincheirados em uniformes e têm armas.
Quem nos acode?
Parece que a culpa é do novo Comandante -geral… disse que já não podiam mandar parar carros e exigir o tradicional refresco… agora, viraram-se contra os peões!