Que a ocasião faz o roubo e o ladrão já nasce pronto já foi destacado em pensamento. A verdade é que cada vez mais tal afirmação ganha mérito e força, sobretudo porque o ladrão de hoje tem-se mostrado mais ousado que o de ontem. É por esta razão que Bula-bula até tem medo de atravessar de carro certas zonas da cidade, como por exemplo lá pelas bandas do “Estrela Vermelha”. É que já recebeu testemunho de alguém, que dava conta de que os pneus do seu veículo foram retirados com ele em movimento, tamanha mestria dos homens da mão longa. São daquelas narrativas que roçam o exagero, cheias de tempero, mas possuem um fundo bem duro de verdade.
Senão vejamos: hoje em dia, o ladrão já demarca espaço em terrenos onde se prega religiosamente o bem, o amor ao próximo, precisamente na casa do Senhor. Tal introito, convenhamos, coloca definitivamente abaixo qualquer réstia de esperança na cura de tais seres.
Mas a verdade é que Bula-bula está cansado de gatunos e, desta feita, a prosa dirige-se aos ladrões de carros, daqueles que ousam retirar a concentração dos fiéis, que curiosamente se ajuntam em tais espaços para orar igualmente pela vida dos desonestos, sobretudo quando se concentram em culto aos domingos.
A avaliar pela ganância e maldade alheia, são obrigados a rezar “Ave Maria” com o pavilhão inclinado para o lado de fora. Pois é, o ideal é mesmo deixar os tímpanos desobstruídos, para permitir que nenhum ‘pio’ vindo do lado de fora escape ao seu ouvido. Leia mais…
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