Só para que conste, camaleão é um animal que tem como característica a capacidade de mudar de cor, permitindo camuflagem. Em menos de três meses do julgamento das “Dívidas não Declaradas”, Alexandre Chivale mostrou que é possível metamorfosear-se. Tipo um galo pode ter a habilidade de mudar a cor das penas. Chegou de mansinho, a bordo de um Txopela, como um galo que tem a sua própria melodia. E cantarolou em plena madrugada. Só que a dado momento sentiu que o seu canto já não embalava ninguém e tentou outros voos. Instado a abandonar os pintos das suas capoeiras, o nosso fadista fez que nem um galo pimpão: levantou a crista, sacudiu as asas, entoou em plenos pulmões que aquela não era a única capoeira que possuía. A marcha capoeirística seguiu e o Galaroz Camaleão não recuou. Só que como nem tudo é perfeito, nestas camuflagens, de bicada em bicada foi confirmado como galo duplo, isto é, que bicava aqui e ali. Apanhado na contramão, voltou para casa sem as reluzentes penas de advogado. Agora o bom do Chivale canta baixinho seu co-co-ri-cóóó. Pela sua capacidade de transformar-se, talvez para o ano faça um bis, mas por agora o prémio de Galaroz Camaleão assenta-lhe que nem uma luva.
Galaroz Camaleão
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