Quando viu o cemitério de Lhanguene a ficar sem espaço para novos enterros, o Conselho Municipal de Maputo entendeu – e bem – identificar lá para as bandas de Michafutene um novo local para erguer o novo cemitério.
Infra-estruturas modernas foram ali erguidas e na abertura do novo cemitério, ser enterrado em Michafutene e no Lhanguene era praticamente a mesma coisa para os que ficavam em vida ou custeavam as despesas.
Aliás, era mais barato ser enterrado no Michafutene do que no Lhanguene.
Só que de repente, (in)formalmente, há cobrança de novas taxas no Michafutene e os preços do coval passaram a variar mediante o tamanho e as cores do casaco ou vestido que esconde o corpo dos familiares do falecido.
O estranho é que em todas taxas, os zelosos funcionários municipais te dão factura, recibo e os respectivos pêsames.
Bula-Bula, que se veste ao maltrapilho, levantou a voz quando lhe foram exigidos 1.850 meticais pelo coval no Cemitério de Michafutene. Afinal não trazia tanto dinheiro nos bolsos e havia outras despesas por responder naquele sábado de muitos apertos e aflições.
A quem o azar já lhe bateu à porta sabe bem como é nesses momentos. Depois de vários telefonemas, pedindo esclarecimentos aos dirigentes municipais, Bula-Bulaficou a saber que a taxa recomendável deve e continua a ser de 350 meticais por coval.
Verdade cristalina é que a família que seguia atrás de Bula Bulana fila pagou os tais 1.850 meticais e também teve direito a factura, recibo e os devidos pêsames.
Bula Bulapergunta a quem de direito: qual é então a verdadeira taxa para ter acesso aquele espaço para sepultar o nosso ente querido?