Finalmente Bula-Bula despertou, reflectiu seriamente e decidiu fazer as pazes consigo próprio. É que faz tempo que Bula-Bula vinha discutindo e sendo enxovalhado por um grupo defensor da teoria de que o melhor é trabalhar no privado. Porque o privado compensa, o privado paga muito dinheiro… o privado tem as suas liberdades e facilidades de acção, o privado blá blá blá.
Essa ladainha toda vem sendo engolida a seco durante anos. Entretanto, as historietas todas que traziam angústia a Bula- -Bula agora fazem parte do passado, já não têm razão de ser. Vamos já explicar porquê! Depois das celebrações efusivas e goles etílicos desmedidos por ocasião do Natal e festas do final do ano, Bula-Bula deu-se conta de que há muito expediente por tratar. Típico de Janeiro – quando você está aflito financeiramente, ocupa-se daquelas actividades que vem adiando há anos. Então, Bula-Bula vasculhou uma série de envelopes e juntou a papelada dos processos a pôr em dia. Juntou as quinhentas que sobraram das festas e apanhou my love, dirigindo-se a quatro departamentos de seis ministérios. Chegado ao local, constatou que a recepcionista ausentara-se para cuidar das unhas. Perguntou ao guarda onde é que estava a secretária (estava de férias), chefe do departamento (estava de férias), director adjunto (estava de férias), director nacional (estava de férias), secretário permanente (estava de férias), vice-ministro (trabalhava, mas naqueles dias não aparecia com frequência), ministro (estava de férias).
UFF! Bula-Bula respirou fundo e perguntou ao guarda quem estaria presente para atender. O guarda, num tom também muito relaxado e ainda no espírito das festas, disse: “meu chefe, estão de férias colectivas. Até eu só estou aqui porque aproveito a energia do serviço para carregar celular, vender meu crédito e fazer negócio de mPesa. Senão, também estaria de férias”.
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