Há relativamente pouco tempo passamos a conviver com uma nova fornada de palavras que, a seu tempo, vão fazendo escola; resiliência, por exemplo, e usada para tudo e mais alguma coisa.
Empreendedorismo, outra palavra, que entrou para o nosso modus vivendi e serve ‒ algumas vezes de forma infeliz ‒ para justificar qualquer ideia.
Ora, algures na vila-sede de Inhassoro, a palavra empreendedorismo esta a fazer estragos. Alguém decidiu juntar o útil ao agradável, abrindo espaço para que uma agência funerária e um talho partilhassem instalações. Atenção que aqui o que separa os dois negócios e uma fina parede de blocos de 10 centímetros.
Privilegio para pouca gente este de comprar carnes e outros derivados animais ao mesmo tempo que ‒ mesmo de esguelha ‒ se aprecia uns belos caixões para um dia (ainda que longínquo) dada a certeza de que essa coisa de estar vivo, acaba sempre mal.