Primeiroesclarecimento: o título é mesmo Comichão e não Comissão…
Segundoesclarecimento: qualquer semelhança entre a Comichão da Paz e uma suposta Comissão da Paz é pura realidade.
Bula bula, como se sabe, é um tipo que desliza com muita facilidade em muitos terrenos; desde os mais escorregadios até aos mais ásperos; também safa-se bem nos meandros políticos e diplomáticos. Logo, está sempre por cima da onda e de todas as novidades… até daquelas que só estão na mente de algumas pessoas mais ou menos esclarecidas!
Esclarecidas as premissas, depois de muito reflectir, Bula bula decidiu partilhar com o amigo leitor algumas inquietações resultantes da criação de uma tal da Comissão da Paz! O assunto está em grandes parangonas interna e internacionalmente. O bom do Muchanga disse mais ou menos assim sobre a referida Comichão, digo Comissão: "Com a comissão, pretendemos abordar de forma abrangente e integrada as principais preocupações dos moçambicanos, porque o objectivo da paz não pode ser alcançado sem democracia e esta não pode florescer sem o desenvolvimento económico e social, há uma relação de interdependência entre as três dimensões”.
Entre dentes ficou a ideia de que a referida comissão seria abrangente e que a Frelimo e o MDM haviam sido convidados a integrar a mesma; nada mais falso. Membros dos dois partidos com representação parlamentar já vieram a terreiro dizer que tal era uma cortina de fumo para enganar o povo. Ninguém fora convidado nem coisa parecida.
Bula bula, entretanto, soube, a boca pequena, que a referida Comissão foi engendrada pelo Pai da Democracia para mais facilmente e sem grandes alaridos buscar dinheiros em algumas chancelarias que nutrem uma grande simpatia pela Perdiz mas que, por razões diplomáticas, já não podem canalizar abertamente fundos para aquele de lá!
A comissão seria, segundo as fontes de Bula bula, um meio civilizado e pacífico de angariar mola para reorganizar por dentro o braço armado da Perdiz; quem viu o destacamento feminino certamente percebe do que é se está a tratar. A Perdiz mantém na sombra um exército equipado, com uniforme a condizer. Objectivos?
Se há dúvidas em relação ao processo em curso no Centro de Conferências Joaquim Chissano – onde os pontos de agenda apresentados pela Renamo estão quase esgotados – há que encontrar outras formas de manter o país em estado de alerta. É que não deixa de ser estranho que o mesmo partido que cria uma comissão de paz, admita alto e bom que autorizou ataques armados em Tete e noutras partes do país. Algo vai mal…
O pai da democracia diz que a comissão prevê instalar-se no sul, no centro e no norte. O grupo é multi-partidário e tem como principal missão acompanhar as actuais diferenças políticas no país.
As diferenças são tantas que estão a provocar comichão em muito boa gente. Os moçambicanos estão apreensivos. O pai da democracia já furou todos os prazos e alguns “investidores” já começam a torcer o cenho… então nada mais prático como reinventar a roda… ainda que isso signifique inventar uma Comissão ou Comichão da Paz!