Próximo ano teremos eleições autárquicas, uma antecâmara do que se seguirá em 2024, nomeadamente as eleições gerais. Por tradição – muito nossa – nas vésperas das “corridas eleitorais”, como zumbis, nascem ou ressurgem das catacumbas organizações políticas que, durante a vigência do mandato de quem está no poder, remetem-se a um silêncio estrondoso.
É assim… não vai e nem está a ser diferente agora. Já há burburinho por causa dos próximos pleitos. A coisa promete animar. Quem sabe para nos desviar as atenções da crise financeira em que estamos todos metidos por culpa daqueles dois lá de longe que andam aos tiros (justificação da actualidade)…
O certo é que os jogadores já começaram a se posicionar. A primeira grande jogada parece vir do antigo líder do PIMO (Partido Independente de Moçambique); se calhar fazendo jus ao nome, decidiu o nosso amigo Yaqub Sibinde fechar as portas do seu partido e avançar para uma cena mais ambiciosa. Segundo diz, o país precisa urgentemente de ser salvo… a modos de um grande profeta.
Se pensou, melhor o fez; viu que o nome do Pai da Democracia não estava “registado” e, zás, pegou nele e criou uma coisa a que apelidou de Coligação Eleitoral Afonso Dhlakama (CEAD). Ao que tudo leva a crer – vivemos na época do empreendedorismo -, Yaqub viu ali uma oportunidade para sacar alguns nabos da púcara e não enjeitou. Avançou.
Agora, vem a terreiro o bom do Magibiri dizer que não há direito, que Yaqub é um cidadão de conduta “assim-assim” porque no passado recusou a possibilidade de integrar a força política então liderada pelo pai da democracia (a mãe continua em parte incerta), preferindo andar por outras freguesias.
Magibiri diz que “Afonso Dhlakama é marca da Renamo”. Vai mesmo accionar os homens de fato e gravata para repor a veracidade dos factos. As escrituras dizem: Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende- -o”. Bula-bula está curioso para ver como é que o vestido irá apodrecer… é que, há uns tempos, Yaqub disse a plenos pulmões que era sobrinho do tio Afonso.
A cena promete aquecer. O ex-PIMO já disse que “Afonso Dhlakama é património nacional e a coligação é constituída por moçambicanos” … entre os quais, segundo ele, pontificam elementos da Renamo, do PIMO e malta povo. Quem fala assim não é gago não.
Na contramão, Magibiri grita a plenos pulmões que “esta é uma vã tentativa de ressurreição política de Yaqub Sibindy e do seu partido”.
O que é certo é que mais episódios serão produzidos nesta novela moçambicana, cujos actores estão na primeira fila de representação… mas mais certo ainda é que a direcção da Renamo tem outro pepino para descascar com o surgimento de um outro partido com um nome interessante: RENAM Democrática (RD). Ninguém disse nada até agora, mas será interessante ver como as hostes do pai da democracia vão reagir à proximidade sonora… Renamo e Renam… Magibiri, à sua atenção!