Início » Um ano rico em produção cultural

Um ano rico em produção cultural

Por admin

O ano 2013 foi rico culturalmente. Aconteceu um pouco de tudo desde os festivais musicais (eventos que abrem nova frente nas artes), surgimento de mais espaços para prática e promoção cultural até a internacionalização da criatividade e feitos dos artistas moçambicanos. Para melhor  ilustrarmos os principais acontecimentos, faremos abordagem por área.

 

MÚSICA COM REVELAÇÕES

Na área musical houve lançamentos de discos com maior destaque para Banda Kakana que lançou seu primeiro disco de originais intitulado Kakana.

Isabel Novella, proveniente de uma família de músicos, depois de vários anos como corista, apareceu em 2013 com seu disco que é uma homenagem a ela mesma. O disco chama-se Isabel Novella. Com as doces vozes, Yolanda Kakana e Isabel Novella conquistaram os ouvintes da música moçambicana, tornando duas composições hinos de várias festas e momentos de divertimento.

Fechando o ano com a chave de ouro, Mingas que teve também um ano brilhante em termos de actuações, lançou seu mais recente disco intitulado Vhumele.

Ainda no final de 2013, a editora Vidisco lançou uma colectânea de música moçambicana intitulada “Colecção de ouro”. É um disco que junta vários compositores moçambicanos tais como Elvira Viegas, Wazimbo, Fanny Mpfumo, Madala, Kapa Dez, entre outros.

Depois de viver trinta anos em Cape Town, Jaco Maria retornou ao país para lançar seu disco intitulado Story teller – contador de histórias.

Ainda no campo musical, ano passado trouxe novos espaços para promoção da música e realização de concertos. Na baixa da cidade foi projectado um palco no meio da rua para a realização da terceira edição do More Jazz Series que contou com a presença e actuação do Jonathan Butler, Moreira Project, Isabel Novella, e Malhangalene Jazz Quartet.

Nas escadarias do Município de Maputo foi montada uma tenda que acolheu três concertos do mais novo conceito temático de espectáculos: Moments of Jazz, que trouxe para a plateia moçambicana nomes como Lee Retonoir, Jimmy Dludlu, Norman Brown.

Ainda no campo de inovação de espaços, foi inaugurado pela cantora sul-africana Zonke, o Jazz no jardim no antigo jardim dos Madjermanes, hoje chamado Jardim da Liberdade.

Músicos moçambicanos tiveram participações no estrangeiro. Foram os casos de Mingas, Dilon Djindji, Sizaquel, Stewart Sukuma, Carlos Duarte que representaram Moçambique no Festival Baía das Gatas, em Cabo Verde. Aliás, a excelente performance dos músicos moçambicanos, que pisavam aquele palco pela primeira vez, permitiu o convite permanente naquele festival cabo-verdiano.  Stewart e Banda Nkhuvo viajaram a Macau, onde deixaram marcas de moçambicanidade, musicalmente.

Dos filhos da casa radicados no estrangeiro, tivemos duas actuações de Casimiro Nhussi que ido do Canadá proporcionou vários concertos no país sob lema Gwe Ca – o mesmo que Casimiro sozinho. Actuou no Franco-Moçambicano, Gil Vicente, Mbuva, e no Centro Cultural Tambo Tambulani, em Pemba.

Ivan Mazuze veio da Noruega proceder a apresentação pública do seu segundo disco intitulado Ndzuti. Franco Paco, vindo das terras do rand, veio mostrar o que tem estado a fazer .

A nível de projectos foi lançado por Izidine Faquirá um ambicioso programa de gravação do espólio de Alexandre Langa, por forma a homenagear aquele que é ou foi um dos maiores compositores musicais que o país conheceu.

FESTIVAIS MUSICAIS EM ALTA

Os festivais marcaram definitivamente o ano 2013. Depois de trinta anos foi feita a retoma do Festival Militar que decorreu na província de Manica. Militares de todas as patentes desfilaram a sua classe ao exibir variadas coreografias desde xigubo, xihoda, muganda, makwaela, marrabenta, xingomana, niketche, mapiko, tofo, entre outras.

O Festival Azgo ganhou substância no ano passado ao trazer um novo conceito que junta várias artes no mesmo pátio, permitindo diversão para crianças.

O Festival More Jazz decorreu pela terceira vez, juntando desta vez a componente turismo cultural. Os produtores apresentaram os primeiros produtos de merchandise que são chapéus com a escrita More Jazz Series, mantas com a mesma escrita.

Festival de Crianças é outra forma introduzida ano passado. A primeira acção foi feita pela cantora Lizha James que juntou no Parque dos Continuadores músicos que cantavam em play back para as crianças.

Artistas que nos deixaram

Mas não só de positividades se caracterizou o ano 2013. Houve coisas negativas. Tal como a morte de um embondeiro da música moçambicana, Madala. Outro nome, não menos sonante que deixou fisicamente seus fãs foi o Dr. Mussa Rodrigues. Em Nampula morreu também o músico tradicional Carlos Renha.

Lídia Mathe, líder e fundadora da banda feminina Likute, perdeu a vida em 2013, deixando um vazio na banda e na música moçambicana.

Triste foi a notícia divulgada sobre Gabriel Chiau, músico que padece de cancro. Contudo, tem havido apoios por forma a garantir o tratamento do músico.

Frederico Jamisse

Você pode também gostar de: