O artista plástico moçambicano, Pinto Zulo, inaugurou, recentemente a sua segunda exposição de pinturas, na galeria da associação Kulungwana, na estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique, cidade de Maputo. A mostra estará aberta ao público até 18 de Agosto do ano em curso.
O artista faz um questionamento sobre o que é necessário para eternizar as vivências pessoais, os casos dos movimentos suburbanos de fofoca nos bairros, a volta do dumbanengue, os amores, as traições, as discussões? Os escritores usam e abusam das letras para carimbar em definitivo suas experiências, os cineastas registam com as lentes das câmeras. O artista plástico, Pinto Zulo serve-se da pintura para fazer seu registo.
Num total de 16 quadros, pintados com a técnica de aguarela e papel, Zulo trás ao público “vida suburbana” com o objectivo de “mostrar as minhas vivências através da pintura. Tenho essa sorte de ser pintor e quero fazer perceber isso através desta arte”.
Zulo justifica a pertinência da exposição, considerando questões que acontecem no bairro, como é o caso da fofoca e desgosto por parte da comunidade, ao observar o seu progresso. Os quadros foram pintados este ano e o expositor diz ser um desafio para ele mesmo colocar-se essas metas.
As obras são compostas por uma vivacidade de cores, que nas palavras de Zulo “dão vida as obras”. A curadoria foi feita pelo artista plástico, Ulisses Oviedo. Ulisses diz que nos quadros de Zulo percebe uma “singularidade, transparência e densidade, apresentando as fofocas do bairro, das esquinas”.
O curador acrescentou ainda que cada obra tem a sua assistência e identidade. Zulo nasceu no bairro da Mafalala, cidade de Maputo. Vida suburbana constitui a sua segunda exposição individual e faz parte do projecto Baú de Pinto Zulo.