A escritora moçambicana Paulina Chiziane é a figura central da iniciativa Escritor do mês, a ter lugar às 17h00 do dia 27 de Fevereiro, no Centro Cultural Português, em Maputo.
O objectivo é aprofundar o conhecimento da vida e obra da escritora. A sessão será intitulada: “Paulina Chiziane: A Literatura Liberta, A Literatura Emancipa”.
Para dinamizar a conversa foi indicada a investigadora Sara Jona, queutilizará como exemplos as obras Ventos do Apocalipse, Niketche: uma história de Poligamia e As Andorinhas com vista a tentar compreender como é que Paulina Chiziane estimula os seus leitores para a libertação de mentes oprimidas e para a emancipação da mulher.
Paulina Chiziane é natural de Manjacaze. Afirma-se no panorama literário moçambicano como contadora de estórias, inspirada nos contos à volta da fogueira, sua primeira escola de arte. Frequentou o curso de Linguística na UEM e publicou a sua primeira obra, Balada do amor ao vento, em 1990, que representa o primeiro romance publicado por uma mulher moçambicana. Seguiram-se Ventos do Apocalipse (1993), O Sétimo Juramento (2000), Niketche: Uma história de poligamia (2002), O Alegre Canto da Perdiz, (2008), As Andorinhas (2009), Por Quem Vibram os Tambores do Além (2013), Na Mão de Deus (2013), Ngoma Yethu: O Curandeiro e o Novo Testamento (2015), até ao mais recente O Canto dos Escravos (2017). Foi distinguida com diversas menções honrosas, entre as quais se destaca o Prémio José Craveirinha, da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 2003. A sua escrita combina tradição e originalidade, “numa produção complexa e socialmente valorizada” (T. Manjate). Temática dominante é o tratamento do papel da mulher da sociedade, com os conflitos identitários que derivam da presença de uma diversidade de religiões e de culturas. Paulina Chiziane é uma escritora preocupada com o testemunho do real.