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O livro físico tem um cheiro especial

Por Jornal domingo

– Suzana Rita, a tia Suzana do programa “Bons sonhos”, em entrevista ao domingo

TEXTO DE CAROL BANZE

CAROL.BANZE@SNOTICICAS.CO.MZ

FOTOS DE INÁCIO PEREIRA

Ao anoitecer, caem bem narrativas, aquelas que chegam ao som do conhecido “era uma vez…”. Algumas têm hora marcada na televisão, a alguns minutos da hora 20, tempo em que as crianças se ajustam para ouvir uma voz, a voz ternurenta de uma mulher que, desde a sua aurora, sente prazer em contar histórias, histórias infantis. É Suzana Rita, a tia Suzana do programa “Bons sonhos”, que no passado era também emitido através da Rádio.

Depois de vários anos dedicados aos programas infantis, tinha resolvido dar uma pausa. Mas, porque quem foge do destino, na verdade, vai ao seu encontro, reapareceu pelas telas da Televisão de Moçambique, para fazer o que, na verdade, a deixa feliz: contar histórias e cultivar nas crianças o gosto pela leitura. domingo entrevistou-a há dias e, entre vários assuntos, falou da sua carreira profissional pós-rádio e TV; das suas motivações, do passado e do presente; das obras literárias por lançar; da sua vida, de fragmentos da sua história. Uma das suas propostas não podia ser mais interessante. Numa era em que as tecnologias absorvem a atenção dos menores, sugere que na leitura se paute pelo tradicional, afinal, “o livro físico tem um cheiro especial”.

Acompanhe.

Tia Suzana Rita voltou…

Sempre cá estive, escondida…

Pensando nas crianças?

Sempre. Vejam onde estou neste momento: numa escola, rodeada de crianças. Realmente, por um tempo, saí das telas, dos microfones, mas sempre estive com crianças ao meu redor.

O que ditou o afastamento por vários anos?

Tudo na vida tem o seu tempo. Eu nasci na comunicação, praticamente, em 1977. Imaginem, entrei na Rádio Moçambique (RM) criança, como colaboradora do programa da criança da RM e depois passei para o quadro. É lá onde me fiz tia Suzana, onde vocês me conheceram, quando fazia também o “Bons Sonhos”. Depois trabalhei na TVM e, dentre vários programas, fiz também o “Bons Sonhos”. Foram vários anos. Depois optei por trabalhar nas escolas como gestora. É o que faço até hoje.

Recentemente, resolveu regressar às telas para contar histórias…

A TVM propôs-me este regresso. O Didinho Caetano apareceu e perguntou-me: “que tal?”, e eu perguntei: “que tal o quê?”. Ele respondeu-me: “Bons sonhos”. Eu disse: “bem… talvez”. Passados alguns meses, ele veio dizer-me que tínhamos de marcar a gravação. Mas foi uma surpresa agradável, até porque esse mundo sempre fez parte de mim. No meu projecto actual, na escola, abri “O canto de leitura da avó Suzana”. Então, durante o ano passado, nas minhas loucuras agradáveis, eu reservava um tempo para ler histórias para as crianças. Este foi, se calhar, o recomeço. Ficou a sensação de que devia fazê-lo não apenas para um grupo restrito. Leia mais…

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