Na tarde da última sexta- -feira, depois de tanto ligar pelo celular sem sucesso, decidimos escalar a casa/atelier do artista Noel Langa, agora com a designação de Centro Cultural Arco Íris, localizada no bairro Indígena. O motivo da visita era apenas um: abraçá-lo e saudá-lo pelo assinalar dos 81 anos de vida, dos quais tantos incontáveis têm sido dedicados às artes e cultura.
À entrada da casa, na varanda frontal, uma tela e pincéis nos davam as boas vindas. E, como de costume, lá estava o decano das artes, o octogenário mais bem disposto que conhecemos, cuja memória nos remete a um elefante. Recebeu-nos e, sem delongas, disse: “Jamisse, vá à geleira e tire uma bebida para brindarmos”. Fui e de lá tirei algo gelado que pudesse fazer o brinde. Ele bebia um vinho tinto escrito Paz – Touriga Nacional (tanto quanto sei, a Touriga é feita de uvas consideradas por muitos enólogos de nobre uva portuguesa). Fizemos o brinde e pusemos a conversa em dia.
Da conversa retive as seguintes palavras: “Aos 81 anos vivo a paz e a tranquilidade. Não faço o que vejo, mas sim aquilo que sinto. E dois sentimentos me têm conduzido ao longo dos tempos. Leia mais…
Texto de Frederico Jamisse
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