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NA FRANÇA: Moçambique participa em “Young African Scientific Talent”

Por Idnórcio Muchanga

Os moçambicanos Anésio Manhiça e Glória Jaime participaram, recentemente, em Paris, na França, na terceira edição da Residência de Talentos Científicos de Jovens Africanos, um programa realizado no âmbito da “SeasonAfrican2020”.

Trata-se de um evento que pretende valorizar a cultura científica em África, encorajar diferentes iniciativas e promover a inovação e técnicas africanas para posterior divulgação dos projectos.

Anésio Manhiça, jovem pesquisador da Kaleidoscopio-Pesquisa em Políticas Públicas e Cultura, que participou no evento pela primeira vez, levou à residência o trabalho intitulado “CTA: Estado e Empresários intermediários: uma reforma de ambiente de negócios”, que aborda o ambiente de negócios moçambicano. Manhiça defende que o ambiente de negócios é fortemente concentrado na dimensão juridico-administrativa, negligenciando questões de acesso ao crédito, que são principais preocupações da maioria dos empresários moçambicanos.

Mestre em Antropologia pela Universidade Paris 8, na França, Manhiça disse que o evento serviu para criar sinergias e desenvolver as suas habilidades, afinal “as ciências sociais têm sido excluídas de diversos processos”, daí que “esta foi uma forma de poder estabelecer o ponto com as ciências naturais, aprender formas criativas de vulgarizar o conhecimento para que não fique somente na academia”, disse. Por sua vez, Glória Jaime, pesquisadora e doutoranda na Universidade Paul Valéry, associada ao Laboratório de Pesquisa MoISA do CIRAD na França, desenvolveu um trabalho em torno das dinâmicas de relações internacionais no processo de globalização de riscos sanitários (Resistência Antimicrobiana) e seu impacto em Moçambique.

Para a pesquisadora, “foi enriquecedor discutir sobre desafios da mediação científica em África e poder ver a riqueza da diversidade da ciência no nosso continente. O evento foi também uma oportunidade de mergulhar e descobrir os feitos da França, em particular da ‘Universcience’ que constitui um dos importantes centros de ciência na Europa”.

Durante a estadia, os pesquisadores participaram em diversos “ateliers” sobre técnicas de mediação científica, experiências e iniciativas de facilitação científica, entre outras actividades. Destaque-se que os moçambicanos fazem parte de 54 jovens cientistas oriundos de 27 países africanos com idades que vão até os 35 anos.

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