Inaugurou na última sexta-feira, na Fortaleza de Maputo, a exposição fotográfica denominada“Madrinhas de Guerra”. Da autoria de Amilton Neves, a mostra é um projecto que conta a história das mulheres moçambicanas que participaram no Movimento Nacional Feminino de 1961-1974. Estas mulheres foram patrocinadas pelo Governo português para fornecer apoio moral aos soldados que lutavam nas linhas de frente durante a guerra de Independência de Moçambique. Muitas delas foram recompensadas com posições influentes na sociedade e nas classes mais altas e algumas receberam até casas dadas pelo Governo português.
Em 1974, quando a guerra da independência terminou com um acordo de cessar-fogo entre as forças moçambicanas da FRELIMO e o Governo Português, o Movimento Nacional Feminino terminou oficialmente. Assim, estas mulheres foram condenadas ao ostracismo da sociedade pelo seu papel no apoio às forças coloniais.
O projecto “Madrinhas de Guerra” reflecte este importantíssimo ‒ mas muitas vezes esquecido ‒ pedaço da história de Moçambique, visitando as casas das Madrinhas de Guerra que ainda hoje vivem em Maputo e personificam o passado da opulência vivida durante o apoio do governo português e a subsequente marginalização sentida após a independência.