Chama-se Lenna Bahule. É das vozes jovens mais agradáveis de se ouvir na Pérola do Índico e não só. Tem 32 anos. Nasceu na cidade de Maputo. Estudou na Escola de Música da capital. Iniciou o curso de Biologia, mas a música falou mais alto. Em 2011 quis melhorar os seus conhecimentos. Viajou para o Brasil. Na terra do samba, investigou sobre as técnicas do uso corporal enquanto instrumento musical, e a coisa ficou-lhe tanto que está a explorar nos seus trabalhos. Em 2016 lançou “Nômade”, seu álbum de estreia. Ano passado colocou no mercado o disco “Memórias daqui”. Lenna Bahule segue trilhando caminhos em busca de sonhos. Em 2019 regressou ao seu país e diz: “Vim para ficar!”. Anda às “escondidas”, mas esteve recentemente no concerto do Xiquitsi.
domingo entrevistou a artista que, longe da música, reflectiu sobre colaborações, racismo, problemas ambientais, discriminação e lutas das mulheres e sobre a situação pandémica da covid-19. Tem sonhos, naturalmente, e medos: “Sinto que a fama desumaniza”. Seguem os excertos da conversa.
Afirma que veio para ficar…
Sim, já não faz sentido estar fora. Há muito trabalho aqui a ser feito. Vamos criar condições para que as coisas evoluam. Não é à toa que todos querem cá estar. A vida está aqui.
Como sente a recepção aqui?
Depois do concerto com Xiquitsi, fiquei bem impressionada. Tenho ficado feliz com isso. Quando nasceu o “Nômade”, fiquei insegura porque é algo não muito habitual aqui. Tenho esta coisa de cantar numa língua inventada. Sinto que demorou um pouco para as pessoas entenderem. O que gosto deste trabalho é que sempre é adaptável. Quando vim, em 2018, para lançar “Nômade”, coloquei mais instrumentos, sei que o moçambicano quer “groove”. Hoje sinto que as pessoas foram validando o trabalho e estou feliz. Leia mais…
TEXTO DE PRETILÉRIO MATSINHE
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