Há quatro anos a Banda Kakana lançava o seu primeiro disco de originais intitulado “Serenata”. O álbum, constituído por 15 faixas musicais, foi um “estrondo” e deu muito que falar em Moçambique. Ora, o tempo passou e o grupo recusou-se a ficar na “sombra da bananeira”. Trabalhou duro e, como resultado disso, irá, na primeira semana de Outubro próximo, brindar os seus fãs, já “sedentos”, com o segundo álbum, “Juntos”.
Constituído por 17 faixas musicais, todas novas, o álbum é ao sabor da Kakana, apresentando misturas de estilos como marrabenta, afro jazz, rock e um pouco do estilo brasileiro bossa nova. O amor, uma vez mais, é o epicentro da mensagem. A paz e o convite ao resgate dos valores sociais não foram esquecidos. Emergem com vigor.
À semelhança do primeiro álbum, línguas como changana, emacua, chope e português predominam neste segundo disco, que não deixa a desejar. Entretanto, Jimmy e Yolanda, integrantes e fundadores da banda, contam que desta vez o inglês foi pouco explorado, pois “percebemos que o nosso público vibra mais com as músicas em português e nas nossas línguas locais”, apontam.
Apesar de não ter havido muita mudança em termos de ritmo, a banda afirma que a grande aposta e diferencial deste álbum é o acústico. O grande objectivo disso era deixar as músicas mais “leves”. Ideia adoptada muito por influência das experiências buscadas em festivais, onde a música, segundo apontam, está mais orgânica.
“‘Juntos’ é acústico. Não há muitos instrumentos eléctricos. Usamos guitarra acústica, tambores, bateria, violino, e outros, para tornar a música mais leve”, afirma Jimmy Gwaza.
A escolha do título deste trabalho discográfico não foi casual. A condição actual do mundo inspirou o grupo que pretende com esta designação chamar a todos para uma reflexão conjunta. “Há muita violência. O amor tende a esfriar. Com esta designação queremos que todos sintam, nas composições deste álbum, como é bom quando se está unido”, assim o diz Yolanda Chicane.
Texto de Maria de lurdes Cossa