Júlio Silva, pesquisador cultural, cineasta, lançou recentemente o livro com o título “Instrumentos Musicais Tradicionais de Moçambique”. A obra lançada no Instituto Cultural Português, de 107 páginas, resulta de uma pesquisa de quinze anos.
Com o objectivo de conhecer os instrumentos tradicionais nacionais, Júlio Silva viajou por todo o país em busca do conhecimento sobre a sonoridade dos instrumentos, a vida artística de quem os toca e a sua finalidade.
O nosso entrevistado conta que passou por vários problemas, mas o que o motivou é o facto de querer fazer conhecer a cultura nacional: “Passei por lugares onde nem havia população por causa das cheias e as vezes era complicado situar o próprio instrumento sob ponto de vista de sua origem”.
Silva diz que há instrumentos Moçambicanos que viajaram para fora do país com escravos, acrescentando que sente se aborrecido pela falta de divulgação da história do país. “ A cultura não é prioridade, faltam políticas aqui”, diz.
A obra é da responsabilidade da Paulina Editores e Ministério da Cultura e Turismo. É composta por capítulos que retratam instrumentos de corda, sopro, percussão e o de outros que teriam viajado com escravos para fora do país.
No percurso dos 15 anos de pesquisa, Júlio Silva trabalhou na vertente do cinema e vai lançar, em Agosto, um filme com o título “Correntes da Zambézia”. A longa-metragem terá 74 minutos para contar a história da escravatura em Moçambique. Rodado na Zambézia, conta com 106 actores locais. O cineasta realçou que esse projecto pretende ser uma trilogia, sendo que os outros dois filmes que faltam, já foram escritos.