O músico revela em exclusivo ao domingo o processo criativo do seu novo disco
Dia 2 de Setembro, Jimmy Dludlu lança no Coconuts o seu mais recente disco intitulado “In The Groove”. Em conversa com o domingo, aceitou abrir-se para falar da génese deste disco que pretende ser, a um só tempo, uma homenagem à música e aos músicos moçambicanos, à filha mais nova mas também ao bairro de Chamanculo, seu berço.
Jimmy Dludlu assinala 33 anos de carreira artística e 50 anos de vida, nasceu no mítico bairro de Chamanculo, berço de outras tantas estrelas do nosso firmamento musical, com destaque para Sox, Jaimito Malhatine e Nanando, só para citar alguns. Dludlu tinha 13 anos quando começou a aprender a tocar guitarra mas as suas primeiras aparições públicas foram na condição de vocalista numa banda constituída pelos primos, todos mais velhos do que ele.
Aos 17 anos decidiu que a sua vida artística tinha de ganhar outros contornos. Apreciador do virtuosismo de Jimmy Hendrix, o nosso Jimmy sonhava em tocar guitarra com a mesma “ferocidade”. Essa utopia só poderia ter lugar num mundo onde a arte tinha um lugar de destaque. Aqui, ainda vivia-se o período das guias de marcha. Na companhia de um amigo de infância, pulou a fronteira para a Suazilândia.
Mas a sua carreira começou realmente a levantar voo em meados da década de 1980, quando o seu caminho cruzou com o de Frank Paco, na Suazilândia, e depois quando trabalhou com várias bandas da África Austral, incluindo “Impandze” da Suazilândia, com o cantor jamaicano Trevor Hall, Kalahari e Satari, de Botswana, com o saxofonista ganês George Lee. Destaque também para a sua actuação nas celebrações da Independência da República do Botswana, em 1986, ao lado de uma série de estrelas africanas, incluindo o zimbabueano Thomas Mapfumo.
Depois de viver um tempo em Tonota (Botsuana), Jimmy mudou-se para Joanesburgo. Lá trabalhou como músico de estúdio, no início de 1990. Tocou com McCoy Mrubata e a sua banda “Brotherhood”, que um ano depois ganhou um importante prémio musical sul-africano (Gilbeys). Trabalhou ainda com o canadiano Bruce Cassidy e o sul-africano Barney Rachabane.
Em 1991, integra o bem sucedido grupo “Loading Zone”, que acompanhou uma série de estrelas sul-africanas, incluindo Hugh Masekela, Miriam Makeba, Brenda Fassie, Chicco e Sipho Mabuse. Durante este período, Jimmy também gravou com Miriam Makeba o álbum “Eyes on Tomorrow”.Depois decidiu ingressar na Universidade do Cabo onde estudou Música Africana e Performance em Jazz. Jimmy Dludlu é considerado um dos impulsionadores do afro-jazz.
Participou em vários festivais, sendo de destacar em 1994 o “Arts Alive and Guinness Jazz” de Joanesburgo com a sua própria banda, com Vusi Khumalo na bateria, Fana Zulu no baixo, Moses Molelekwa no piano, McCoy Mrubata no sax e John Hassan na percussão. Em Abril de 1995, Jimmy apareceu na noite de 100 estrelas na Cidade do Cabo num evento de caridade que beneficiou organizações como o Centro de Atendimento a Mulheres Maltratadas e Crianças de Rua. Em Maio de 1995 ele foi um dos 30 músicos –incluindo Hugh Masekela, Busi Mhlongo, Dolly Rathebe e Dorothy Masuka –seleccionados para participar num festival em Paris La Villette celebrando a cultura sul-africana.“Echoes from the past”, o seu disco de estreia, foi bem acolhido pela indústria musical e pela crítica. Jimmy ganhou prémios para Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo, entre outros. Em Março de 2000, Jimmy foi ainda reconhecido pela indústria da música sul-africana, vencendo a categoria de Melhor Artista Masculino, Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo no SAMA Music Awards, com o disco “Essence of Rythm”.
Seguiram-se outros tantos discos –“Corners of my soul”, “Tonota”, “Portrait” e “Afrocentric”–,vídeos e outros tantos prémios. Jimmy Dludlu recebeu mais de 30 prémios e participou em inúmeros festivais internacionais de música. As suas actuações são sempre dignas de nota.
“IN THE GROOVE”
Este ano, já baseado em Maputo, Jimmy Dludlu voltou a colocar no mercado musical mais uma pepita de ouro. O disco, aguardado com muita expectativa, leva o sugestivo título “In The Groove”. “Masseve”, “Ha Deva” (dedicada a Alberto Machavele), “Waretwa”, “In The Groove”, “Weekend Special” (homenagem a Brenda Fassie), “The Greatness of Jesus”, “Restoration”, “Long Street”, “Saul”, “Mu n´tumbelewana”, “As Cores da Minha Bandeira”, “Nkulungwana”, “Khensani” (dedicada à filha), “Woza Sthando Sami” e “One Step Ahead”.
O disco foi gravado essencialmente em Maputo com participação de músicos como Nelton Miranda, Lukas Khumalo, Hélder Gonzaga, Cameron ward, Stélio Mondlane, Joey Williams, Thapelo Motshegwe, Bokani Dyer, Mark Goliath, Judith Sepuma, Thomas Dyani, Nelson Lifaniça, Magatte Sow, Fernando Morte, Simão Nhacule, Sinsoke Xonti, Ivan Mazuze, Abacelar Simbini, Brandon Sanders, Isabel Novela, Vicente Mondlane, Simba, Hlengiwe Pitso, Kaketa Jazz (Ângela Comê, Onésia Muholove, Deuscio Vembane, Patrício Mandeia, Eugénio Sumbane e Sheila Malenjane), Majeschoral, Nokukhanya Dlamini, Xixel Langa e Sifiso Khanyile. Filipe Mondlane fez a captação.
Uma verdadeira constelação de estrelas nacionais e estrangeiras.
Agora, para apresentar o produto dessa trupe, Jimmy Dludlu segue um rigoroso programa de preparação para o espectáculo de lançamento do disco “In The Groove” no Coconuts.
Mas como surgiu este disco?Este foi o mote para uma interessante viagem pelo mundo criativo de um dos mais celebrados guitarristas do nosso país, continente e do mundo. O autor de “Malala”, “Point Of View” ou “Woza Sthando Sami” embarcou na conversa e abriu um pouco a história do disco que já está a fazer história…
PÔR-DO-SOL
INSPIRADOR
Depois da tempestade, a bonança. Assim reza a sabedoria popular. Jimmy Dludlu levou o ditado ao pé da letra. Depois de fazer o “Jimmy Dludlu Live” ficou um pouco frustrado. A qualidade não era aquela desejada. Foi preciso fazer-se um grande investimento financeiro e emocional para dar-lhe alguma propriedade.
Decidiu então voltar para casa (Maputo). Fazer um retiro e uma viagem interior. Buscar-se. A resposta veio um dia em Setembro de 2015. Uma imagem do pôr-do-sol mexeu com a sua sensibilidade. Decidiu fazer o registo fotográfico do instante em que o sol se despede dos viventes. Fez várias imagens ao longo dos dias e sons inspirado pelas visões que tinha começaram a incomodá-lo. A guitarra, fiel companheira, foi o refúgio imediato.
“Cada foto contava-me uma história diferente. Deixei o meu espírito viajar. Decidi aproveitar o tempo e a alegria de ter uma filha para criar algo. A inspiração veio. Peguei na viola e, quase instantaneamente, nasceu o tema M´tumbelewana. Vivo numa casa ainda em construção e, às vezes, brinco de esconde-esconde com a minha filhinha. Também me veio à cabeça uma coisa que captei em Inhambane durante o último Festival Nacional da Cultura. Eu aproveito sempre os festivais para pesquisar coisas novas”, diz Jimmy Dludlu.
Depois a sua mente entrou para o modo “criar”.
“Liguei para um amigo (Kadú) do Team Sabawana, Majeschoral e Nelton Miranda. As ideias choviam na minha cabeça. Então decidi: vou fazer um disco e gravá-lo aqui”, revela.
Mas a ideia não foi, na altura, bem acolhida pela Universal Records, editora com a qual o músico tem um contrato de trabalho discográfico. O problema é que por força do contrato Jimmy devia gravar um disco este ano.
Houve guerra, diz Jimmy. Os chefes da Universal Records olham para Moçambique com alguma suspeição no que diz respeito à qualidade. Foi muito difícil cederem os fundos. “Só me deram metade do que dariam se fosse para fazer o disco na África do Sul, mas eu estava apostado em trabalhar aqui.”
Mas porquê fazer o disco em Maputo? A resposta veio como uma corda a vibrar: “Durante muitos anos eu só vinha a Moçambique para tocar, dar aulas ou visitar a família. Agora estou aqui e estou feliz. O calor, a energia… tudo… estou a sentir-me uma criança a nascer de novo. Sempre que vou à casa da minha mãe tem aquele carinho, o amor da minha esposa… tudo isso me está a fazer bem. O céu é o limite”!
Filipe Mondlane abriu as portas do seu estúdio de gravações. Os músicos contactados aceitaram embarcar na viagem. Todas energias positivas convergiam para o mesmo objectivo, apesar das limitações financeiras.
“Começo a conceber o disco… disse para mim mesmo: Jimmy, busca a tua história, a história dos que te rodeiam… a nossa história e conta tudo isso num disco… então as músicas começaram a brotar”, celebra.
O nosso entrevistado conta que uma das coisas que queria fazer era a música “Weekend Special” de Brenda Fassie. Trabalhou muitos anos com ela. “Falei com o co-produtor dos meus discos. Aceitou a ideia. Fui a Cape Town e saiu dali uma coisa extraordinária. No início era para ser apenas instrumental mas decidi convidar Judith Sephuma, que é uma admiradora de Fassie e saiu aquela música”.
A conversa segue. O guitarrista conta como surgiu o tema “Ha Deva” do falecido Alberto Machavela. Em Dezembro de 2015, num sábado, estava a ouvir a música “Ha Deva” de Machavele e algumas pessoas disseram que gostavam daquela canção. “Elas só diziam que o velho cantava muito bem. Então pensei em trabalhar no tema… hoje em dia basta um tipo ter um sapato polido para olhar para o outro com desdém mas no fundo somos todos seres humanos e temos essa dívida com a terra de tal sorte que quando chega a hora, deixamos tudo aqui e voltamos a ser pó”.
Depois desse episódio, Jimmy Dludlu diz que pegou na sua guitarra e “desenhou” a sua versão daquele tema e depois foi para Xipamanine e Chamanculo para testar a reacção das pessoas. Ficou surpreendido pela reacção. Toda a gente lembrava-se daquela canção.
“Então peguei no grupo coral da ECA (Kaketa Jazz) e pus-lhe a cantar aquele tema. Parecia mel. Ali decidi que ele iria cantar no meu disco. Depois me indicaram o sobrinho (Grupo Nomo) e falei com ele. Ouviu a minha versão. Falei com o meu advogado, Fanuel Paunde, para tratar da coisa dos direitos de autor e prontos… nasceu Ha Deva”, diz com um rasgado sorriso.
Depois nasceu a música “Masseve”: “A tia Carolina gostava muito dessa canção. Eu inspirei-me nela para fazer aquela versão. Também convidei os meus sobrinhos para participarem na parte final da música porque é um tema que se cantava muito nas festas familiares. Aquelas vozes são dos meus sobrinhos mais a Xixel Langa e as Kaketa Jazz”.
Contra a corrente da entrevista, perguntámos. Jimmy, como é que escolheu os músicos? A resposta soou como um solo: “Queria músicos que trabalham juntos. Por exemplo, eu trabalho com o mesmo grupo de artistas desde 1995… gravei os meus discos sempre com eles. Não podes gravar um disco com pessoas que nunca tocaram juntas. O som não vai ter uma identidade própria”.
“Então chamei Nelton Miranda, que é um dos melhores viola baixo que temos; o Hélder Gonzaga também… já trabalharam comigo várias vezes. Convidei Stélio Mondlane, baterista; convidei Thapelo no piano. Convidei vários percussionistas. Essa é a base”, diz.
Prossegue dizendo que “eu tenho o meu som, o som de Jimmy Dludlu. Então para não perder o meu som misturei músicos moçambicanos e sul-africanos”.
Desse “cocktail” surgiu o tema “Waretwa”… “fui à Matola ver um show de Bino (Albino Mbie) que foi meu aluno de guitarra na ECA. No final do show fiquei sozinho e foi ali onde surgiu a inspiração para essa música. Fui para casa a trautear essa música. Cheguei em casa e, imediatamente, peguei a viola e assim nasceu Waretwa. Quando amanheceu, liguei para os músicos e fomos para o estúdio gravar. Assim mesmo…”.
Jimmy Dludlu diz-se temente a Deus e que fala sempre com ele. Decidiu dedicar-lhe uma canção mas revela que não sabe qual foi o ponto de partida. Os sons brotaram assim mesmo. Então convidou um pianista (Mark Goliath) e os dois fizeram aquele som maravilhoso. Nasceu assim o tema “The Greatness of Jesus”.
LÁGRIMAS E SORRISOS
Quando se juntam muitos egos num espaço pequeno é natural que surjam desavenças. Os músicos sul-africanos começaram a criar “problemas”. Se calhar porque já estavam há muito tempo em Maputo e tinham saudades de Cape Town ou porque viam o desempenho de alto nível dos colegas moçambicanos.
Jimmy diz que não tem certeza de nada mas “para resolver o problema de vez paguei aos músicos sul-africanos e disse-lhes para voltarem para casa. Fui para casa e disse a Sandra, minha esposa, que já não queria fazer o disco. Fiquei mesmo desanimado com a atitude deles… pessoas que trabalham comigo desde o meu primeiro disco a fazerem aquilo? Fiquei quebrado.”
Sandra aconselhou-o a ficar uns dias sem ir para o estúdio. Dias depois voltou a trabalhar. Mas como não há bela sem senão, no dia em que combinou voltar ao estúdio com os músicos, teve azar e ficou preso no tráfego.
“Fiquei preocupado. Ligaram-me a dizer que os músicos já estavam no estúdio a espera de mim. Fiquei com receio de voltarem a se zangar. Nesse instante, no engarrafamento um chapa quase bate o meu carro. Instintivamente eu disse “os chapas vão nos matar”. Ali nasceu a música Saul, local onde se deu esse episódio próximo do estúdio de gravações”, conta.
Quando finalmente chegou ao estúdio, alterou o programa. Começou a tocar melodias inspiradas na confusão dos transportes semicolectivos. “Aqui deixe-me dizer que o músico João Cabral ajudou bastante ao emprestar-me as guitarras próprias para cada uma das músicas incluindo pedais para as vozes – convidei Tony Paço, veio Papy Miranda e os percussionistas Pimenta e Nando. Onésia trouxe outra componente do que acontece no interior dos chapas”.
Dali em diante não se parou mais: “No dia seguinte gravámos As Cores da Minha Bandeira. Esta música foi baseada num poema escrito por Erik Charas quando estudávamos juntos. Tínhamos uma pequena comunidade em Cape Town onde pontificavam, entre outras pessoas, Gil Laurenciano, Josina Machel, Nuno Soeiro, Moreira Chonguiça, o próprio Charas…”.
Jimmy diz que hoje em dia há poucos partidos e pessoas que valorizam as cores da bandeira. Aponta como exemplo o que aconteceu agora nas eleições na África do Sul. “As pessoas tomam as coisas como garantidas. Esquecem que o povo é que as colocou naqueles lugares…. Há um ditado sul-africano que reza que eu sei que sou eu por tua causa. Não nos podemos esquecer disso… então fui buscar um discurso de Samora Machel para completar aquilo que eu queria dizer”.
Depois nasceu“Nkulugwana”… “Na minha infância ouvia muitos mikulugwanas nas festas, no chiguiana (dote) e foi assim que nasceu aquela música… nkulugwana é o momento de festa”.
E o título como surgiu?
Essa música tem uma história interessante, começa por dizer Dludlu: quando o Presidente Nyusi tomou posse viu um artista a cantar e dançar e aí lembrou-se de Thomas Chauque. “Pensei, na altura, em fazer alguma coisa do género. Então fiz uma música estilo Gazankulo misturada com mashcanta que é um ritmo de Durban. Falei com um amigo cubano e mandei-lhe a música. Fiz uma fusão de ritmos”.
No tema “Khensani” percebem-se sons de chimurenga, música zimbabweana.“Sim, sim… deu-me uma alegria imensa fazer isso. Convidei Isabel Novella e ela fez milagres”.
Prossegue contando que depois soube que Ivan Mazuze estava em Maputo. Convidou-o a participar no disco. Era um velho sonho gravar com Mazuze. Ele aceitou. Emergiu “One Step Ahead”.
“Aquela música é o que chamamos be-bop. Isso implica conhecer bem as tuas notas, o teu vocabulário musical. Dizzie Gileppsie, Charlie Parker ou George Benson, entre outros, é que dominam essa técnica. Eu já não escuto guitarristas. Eu escuto saxofonistas. Então aquelas frases que eu toco são inspiradas no saxofone. Eu queria me desafiar, fazer algo que ainda não tinha feito até essa altura. Depois fui “buscar” Wazimbo e Pedro Bem para completar a dosagem”.
O SOM “JIMMY”
Porque o artista é, por natureza, um ser insatisfeito, depois de gravar todos os temas, Jimmy Dludlu ainda foi a busca de outros “tons” para o seu quadro. Convidou um percussionista senegalês para introduzir o tambor-falante.
“Depois chegou a minha vez de meter a minha guitarra. Eu gravo assim. Todo mundo faz a sua parte e depois fico só eu e o técnico para eu contar a minha história em cada música. Faço os solos sozinho no estúdio. Aí animou. Porque a base já estava feita. Eu estava noutro mundo. Quando Filipe começou a misturar eu próprio não estava a creditar que aquilo tinha sido gravado em Maputo, no Chamanculo, no Saul…”, celebra efusivamente.
Acrescenta que temos qualidade mas andamos a procura lá fora. “Acho que não sabemos a riqueza que temos aqui. Está tudo dentro de nós mesmos.”
Diz ainda que “quando oiço hoje a música de Richard Bona, Jonathan Butler, vejo que Moçambique já fazia aquilo há muito tempo. A banda Umbila, os Cosmos, Hokolokwe… o afro já era tocado aqui. Nós já misturávamos. Eu gravei o meu primeiro disco em 1995. A maior parte desses começou a aparecer em 2000… então qual é o problema? Porquê andamos a procura lá fora? Só temos de ser nós mesmos de verdade…”.
Chegados aqui, perguntámos porquê chamar o disco “In The Groove”. O filho de Chamanculo esclareceu: “O primeiro título era As Cores da Minha Bandeira mas esse termo é muito político. Miles Davis conseguia tocar tudo em cima do Groove. Porquê eu não vou buscar um Ha Deva e pôr num groove? Porquê não pegar um Masseve e pôr num groove?
Diz ainda que hoje as pessoas pegam num disco, ouvem a primeira música e dizem que é boa mas não escutam as outras… mas há discos que as pessoas ouvem do princípio ao fim. Porquê? “Fiz uma pesquisa e descobri que havia características específicas que as pessoas buscavam… há pessoas que gostam de jazz, outras não, mas do groove toda gente gosta”.
E Jimmy Dludlu remata assim: Neste disco, “In The Groove2, há de tudo…!
Texto de Belmiro Adamugy
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