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“Habitantes do Desenho II” em exposição no Camões

Por admin

Oito artistas juntaram-se e materializaram “ Habitantes do Desenho II”, num conjunto de trinta e duas (32) obras de arte, expostas no Centro Cultural Português. A exposição foi inaugurada recentemente e estará patente até dia 15 de Julho do ano em curso.

As obras, na sua maioria, foram feitas com base na técnica mista, como pano de fundo o papel em branco, a tinta chinesa, carvão, aguarela, grafite, entre outras misturas. Os desenhos reflectem os vários problemas sociais, desde a fome, mendicidade, bem como a paz. A mostra teve o financiamento da FUNDAC.

A primeira exposição sobre habitantes de desenho realizou se em 2013, com um conjunto de seis (6) artistas.

O filósofo Severino Ngoenha, convidado para redigir o catálogo, disse que teve um trabalho árduo: “foi difícil escrever esse catálogo, tive de bisbilhotar seus espaços e como não sou crítico de artes, foi difícil fazer análise crítica, tendo em conta a estética das obras”, disse.

Apôs a visita feita aos atelier dos artistas, Ngoenha conclui: “aqueles artistas, mais do que habitantes do desenho, eram homens habitados pelo desenho”, escreve no catálogo.

Desenhos interventivos

Carmen (4 obras) explicou que com base nessa exposição, o conjunto pretende transmitir a sensibilidade e humildade humanas através do desenho. Sendo a única mulher a fazer parte deste conjunto, conta que quando recebeu o convite, o aceitou com responsabilidade.

Com base no papel e lápis, os seus quadros buscam uma comunicação na sociedade, porque para ela, “a sociedade deve afastar-se do mundo material e buscar a satisfação espiritual”.

A expositora explica ainda que alguns dos seus quadros são mais espontâneos, mas outros, desenhou­os com base em experiências pessoais. O quadro com o tema “amor lento” é um reflexo disso: “é a relação entre as pessoas, elas devem ser um pouco lentas, mesmo na construção do casamento” comenta, afastando a hipótese de ter passado por um trauma amoroso.

Luís Cardoso, um dos expositores, diz que nos seus quadros retrata os problemas actuais do país. “Penso que Moçambique é um país em desesperança, há passos para o desespero, falta de liberdade de expressão”, revelou Cardoso, num sorriso animado.

O artista plástico Famós retrata a estiagem, em quadros como “peixe procurando água no fundo do mar”, “peixe procurando água”, mas Walter Zand é quem chama atenção para “ficar-se com olhos abertos”. Zand, “com as tâmaras salgadas”, diz que refere-se as amizades “com doçura exterior, mas que na verdade é só uma casca”, diz.

A exposição teve uma curadoria conjunta e cada artista possui 4 quadros. A mostra conta também com obras de Mendonça, Miguel César e Pinto.

 

 

 

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