O mundo vai testemunhar, de 18 a 21 de Novembro do ano em curso, a terceira edição do Festival Internacional de Artes Performativas, organizado pelo colectivo Poetas D’Alma. Trata-se de um evento que junta várias manifestações culturais numa única festa, com o objectivo de dar voz à poesia escrita, falada, cantada ou dançada, exibição de filmes de curta-metragem, feira de livros, de artesanato e gastronomia, fazendo com que todas as performances dêem eco aos valores da solidariedade, liberdade, justiça social e direitos humanos.
O festival vai reunir artistas de mais de 10 países como África do Sul, Brasil, Angola, Espanha, Bélgica, Alemanha, Zâmbia, Ilhas Reunião, Eswatini, Itália, entre outros. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a par do que sucedeu na edição passada, este ano o festival vai decorrer no modelo híbrido – presencial e transmissão “online” –, sendo que tem como palco principal o Museu Mafalala, na cidade de Maputo.
“A Mafalala é o berço de tudo, é um sítio multicultural. Escolhemos a Mafalala porque o festival quer sair do centro da cidade para a periferia”, esclarece Feling Capela, director do festival.
A ideia da organização do festival é aproximar as artes e culturas às comunidades e levar espectáculos para palcos alternativos que facilitem a comunicação com o público através da oralidade. Aliás, é neste espírito que o lema da terceira edição é “O Poder da Oralidade” e pretende celebrar-se a capacidade móvel e flexível que a oralidade alimenta, pois configura o edifício da riqueza do homem por ter no ouvido e na voz seus lugares de recepção. Feling Capela diz que organizar a terceira edição foi um desafio. “No ano passado fomos corajosos ao organizar o festival e sentimos que foi bem aderido. Este ano estávamos indecisos por conta da pandemia, mas quando começámos a ver os números de pessoas infectadas a baixarem, ganhámos esperança e incentivámos os artistas a participarem virtualmente”.
Segundo a fonte, o futuro é levar o festival para outros cantos do país, mas também negociações estão avançadas no sentido de realizar “Poetas D’Alma” nas Ilhas Reunião, Brasil e Angola, países que já demonstraram interesse em acolher a festa. “Agora estamos felizes, só lamentamos não ter apoio, incluindo do Governo em nome do Ministério da Cultura e Turismo. Apelamos à sensibilidade de todos, porque estamos a gerar receitas para o turismo local e a dar esperanças a jovens que encontram neste festival uma fonte de renda”, esclarece Capela.