O Centro Cultural Português em Maputo expõe desde a última sexta-feira, em individual, obras do artista plástico Gemuce. Pedalando, é como se denomina a mostra que estará patente até 29 de Maio.
Pedalandoé a 13.ª exposição individual de Gemuce. A mesma será exibida na cidade da Beira, no Centro Cultural Português, de 24 de Junho a 31 de Julho, e para Quelimane.
A palavra “Pedalar” remete-nos para um meio de transporte, a bicicleta, que é já um motivo presente em obras anteriores do artista Gemuce.
A mostra de Gemuce resulta de uma pesquisa que o artista realizou, na sua cidade natal, um verdadeiro trabalho de campo ao longo de uma semana que, nesta exposição, ganhou a forma de um vídeo, que regista os principais momentos dos processos de troca e de experiência das bicicletas-táxi, e de uma instalação intitulada “Rotação Social”.
Gemuce produziu um conjunto de aguarelas, desenhos e telas para esta exposição onde está patente a preocupação do artista em partir das vivências quotidianas da população para, logo a seguir, encontrar um ponto de fuga ancorado numa leitura mais humorística ou mais lírica desse momento.
Gemuce mantém-se um sonhador engajado que nos obriga a voltar atrás, a rever e olhar, que nos faz sorrir e reflectir. Que não se acomoda, que continua a experimentar e a propor-nos novos desafios.
Gemuce (Pompílio Hilário)nasceu em Quelimane em 1963. Frequentou o curso médio de cerâmica na Escola de Artes Visuais, em Maputo, e licenciou-se em Belas-Artes pelo Instituto Superior de Belas Artes em Kiev. Em 1993, obteve o grau de Mestre em Pintura de Murais na Academia de Belas Artes da Ucrânia e, em 2001, concluiu o Mestrado em Concepção e Gestão de Projectos Culturais pela Universidade de Sorbonne Nouvelle – Paris 3, França. Foi professor na Escola Nacional de Artes Visuais entre 1993 e 2008, passando a partir de 2009 a integrar os quadros do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC). Foi membro fundador da Associação Arte Feliz e foi co-fundador e coordenador do Muvart (movimento de arte contemporânea) entre 2002 e 2008.
Expõe desde o início da década de 1990, tanto individualmente como em colectivas, tendo apresentado o seu trabalho em vários países, entre os quais Moçambique, África do Sul, Senegal, Portugal, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Noruega, Finlândia e Brasil.
As suas obras integram diversas colecções públicas e privadas em Moçambique e no estrangeiro.