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“Fui influenciado pelos grandes artistas nacionais”

Por admin

Chama-se Félix Armando Malamule e é um apaixonado incondicional pela música moçambicana. Quando criança teve a sorte de conviver com alguns artistas de nomes sonantes do nosso país, os quais fizeram-no ambicionar estar no mesmo caminho. domingo conversou com esse homem que hoje também segue a carreira musical e deseja gravar um álbum, com vista a abrilhantar o público nacional.

Nascido nos meados da década 60, Félix Malamule cresceu no bairro de Xipamanine, numa casa modesta onde residia com seus pais e irmãos. Segundo conta a sua infância foi repleta de muita alegria e sonhos para o futuro, sendo de maior destaque o de ser músico.

Essa paixão invadiu-o quando tinha apenas 10 anos de idade, influenciado, pela convivência que tinha com alguns músicos, como Xidiminguana, Alexandre Langa, entre outros.      

Perto da minha casa havia um local onde jogava-se batota e lá apareciam alguns músicos para actuar. Eu e meus amigos costumávamos ir assisti-los e assim conheci muitos deles e comecei a gostar desse ramo artístico, afirmou Malamule.

Na conversa com a Reportagem do domingo Malamule lembrou que Alexandre Langa, quando voltou da África do Sul, era seu vizinho.

E porque tinha muitos instrumentos musicais em sua casa, costumava ensaiar ali. Eu gostava sempre de vê-lo a actuar, isso também fez com que a minha paixão pela música crescesse ainda mais.

Com o decorrer dos tempos e quando já era adolescente, Malamule aprendeu a tocar viola, ensinado pelo seu irmão mais velho. Desde essa época nunca mais parou.

Entretanto, aquele músico revelou que tem como seus ídolos os grandes músicos moçambicanos; Eugénio Mucavel, Avelino Mondlane, Zeca Murasse, entre outros.

DOMINGOS PADRE FOI MEU GRANDE MESTRE

O nosso interlocutor afirmou que durante o percurso na arena artística conheceu Domingos Padre, já falecido, que lhe ensinou as técnicas de fazer música.

Malamule considera Padre como o seu grande mestre uma vez que ensinou-lhe a fazer música no seu verdadeiro sentido.

Antes de conhece-lo apenas limitava-me a imitar o que os outros faziam e nunca tinha ideia de criar algo próprio e ele mudou isso em mim. Sem contar também que foi quem me levou ao palco pela primeira vez, algo inesquecível, disse.

Em 2004, o artista decidiu seguir as licções que havia aprendido do mestre, começou desta feita a criar suas próprias composições. Nas suas letras procura retratar vivências sociais, dando maior destaque ao amor e desavenças entre os casais. Tem trabalhado com a sua banda intitulada “Som Milenar”, constituída por seis elementos.

O nome desta banda vem em homenagem a Domingos Padre, que em vida também teve um grupo designado “Som 2002”.

Actualmente conta com duas músicas gravadas e tantas outras estão ainda a ser preparadas.

Tenho muitas letras, apenas faltam-me recursos financeiros para grava-las todas e lançar um disco. Por isso gostava de apelar ao empresariado moçambicano que me apoiasse a realizar esse sonho,disse.

Conta que até já tentou pedir patrocínio mas nunca obteve uma resposta satisfatória.O problema do nosso país está no facto de tudo gravitar em volta das mesmas pessoas. Os empresários quando não te conhecem dificilmente ajudam, mas aí questiono: como sair do anonimato, de onde todos partem, sem que alguém deposite confiança em si?, lamentou.

TEMOS ENSAIADO EM CASA

Num outro momento, o artista, que é membro da Associação dos Músicos Moçambicanos (AMMO), acresceu que a agenda de shows tem sido positiva porém seja mais convidados a cantar em diversas festas como de casamentos, aniversários, graduações, baptizados entre outras.    

Já os ensaios têm decorrido em casa de Félix uma vez que nos estúdios não tem sido fácil devido aos preços. Criamos as mínimas condições para passarmos a ensaiar em casa. Só vamos ao estúdio quando sabemos que queremos gravar algo, rematou. 

De salientar que Félix Malamule está a concorrer para o Ngoma Moçambique, um programa da Rádio Moçambique, com o tema intitulado “Nhakwana”, e foi o primeiro classificado para a fase final do mesmo.        

Maria de Lurdes Cossa

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