A noite de 24 de Setembro de 2013 arrisca-se a ficar gravada na memória de centenas de amantes do Jazz e até mesmo na de alguns espectadores de ocasião que convergiram ao Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane (CCUEM) para, em concerto musical único, assistirem actuação do exímio guitarrista norte-americano Earl Klugh.
Ali só se viveu Somooth Jazz (jazz suave, traduzido do inglês)!
Earl Klugh, que conta agora com 59 anos de idade e 44 de carreira musical, electrizou a audiência que na noite de terça-feira última dirigiu-se ao CCUEM para o ver actuar.
Anunciado para as 20.00 horas a actuação do guitarrista norte-americano só iniciou efectivamente uma hora depois. Em compensação os espectadores desfrutaram de cerca de duas horas de uma actuação límpida onde a combinação de sons emitidos pela guitarra acústica de Earl Klugh e outros instrumentos dos restantes quatro elementos que o acompanharam em palco fizeram esquecer o atraso verificado e até mesmo o preço dos bilhetes de ingresso, considerado exorbitante por alguns. Os bilhetes variavam de dois a três mil meticais por pessoa.
Klugh que pisou o solo moçambicano pela primeira vez reconheceu ter tido uma actuação “muito acima do que esperado” e admite que, em parte, a reacção irrepreensível do publico serviu também de catalisador positivo.
Sou abençoado. Esta foi a primeira vez que pisei Moçambique e encontrei uma audiência de todo maravilhosa. Acompanharam-me desde o primeiro ao último número que toquei. Foi por isso que quando me pediram mais uma música eu e a minha banda não hesitamos, tocamos mais duas. Sabes, passei antes pelo Malawi e lá também tive uma recepção calorosa. É gratificante ter este acolhimento no continente-mãe dai que já antevejo mais actuações nos palcos de Maputo,referiu Klugh falando em exclusivo para o domingo.
Klugh proporcionou um concerto digno de registo e esteve, a todos títulos, à altura das expectativas criadas no seio dos seus admiradores que tiveram o ensejo de, a partir de Maputo, “deliciarem-se” dos acordes musicais emitidos pela sua “obediente guitarra”, que chegou mesmo a conduzir a audiência ao pináculo da emoção.
Convém salientar que Klugh fez a sua parte mas o público, esse também, não deixou os seus créditos em mãos alheias. Houve uma inusitada e profícua interacção entre as partes. Ao contrário do que tem sido característico em alguns concertos de jazz o publico que foi curtir o concerto de Earl Klugh não esteve para peneiras e curtiu o show até a exaustão.
A audiência estava, isso sim, ávida em sorver os sons proporcionadas pelos instrumentistas que acompanharam Klugh de tal sorte que os últimos temas da noite foram ouvidos e aplaudidos por uma plateia que já não cabia em si de emoção. Depois de demoradamente ovacionado pelo público, em jeito de vénia ã sua impecável actuação, Klugh também se curvou perante a audiência e retribuiu o gesto.
Na verdade, foi uma atmosfera contagiante em que Klugh movido pela sua experiencia e carisma salpicou o momento com uma sobredosagem de mestria, rodagem e pragmatismo na execução de temas como This Time, When I Wonder, WishfulThinking, TropicalLegs, de entre outros.