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É o Direito que coloca comida na minha mesa!

Por Jornal domingo

– Elliot Alex, actor e encenador, em entrevista ao domingo

TEXTO DE PRETILÉRIO MATSINHE

PRETILEIRO.MATSINHO@SNOTICICAS.CO.MZ

Duas palavras: Elliot Alex. Actor de inúmeras participações em filmes, seriados, peças de teatro e rádio-novelas. É encenador e também já se aventurou na produção de diversas peças de teatro. Nos últimos dias, anda mergulhado nos ensaios para “Areias de Imperador”, peça de teatro de Victor Oliveira, que será apresentada em Portugal.

Simples, abriu-se para o nosso jornal. Fala do cruzamento constante entre literatura moçambicana e o teatro; da falta de dramaturgos; reclama do desaparecimento das salas de teatro e cinema e considera que é ilusão pensar numa indústria cultural e criativa no contexto em que o país se encontra. Também clama por uma cada vez maior valorização das artes e tem fé que o estatuto do artista é um instrumento necessário no mercado cultural.

Quando falámos telefonicamente disse que estava a ensaiar para “Areias do Imperador”. Que papel vai desempenhar?

“Areias do Imperador” é uma peça feita a partir da adaptação da trilogia de Mia Couto por Vítor Oliveira. Vou fazer o papel de Katini, pai da Imani, que é a protagonista da peça. É uma história de guerra, colonização e amor, que conta a chegada dos portugueses a Moçambique. O enredo retrata uma altura em que Portugal estava a ser pressionado por outras potências para efectivar a sua dominação de territórios. Retrata também o período em que começa o conflito dos portugueses com Ngungunyane e outros líderes como Matsolos, Maputsus, Khosas e os Machopes. Katini era machope e, naquela altura, a sua etnia não se entendia com os Nguni. Os machopes queriam aliar-se aos portugueses para derrubar Ngungunyane. Katini fez de tudo para derrubar o imperador, usando a sua filha Imani. Colocou-a em missões cristãs para aprender a falar português e pô-la a namorar com um português, com a intenção de conseguir protecção para os machopes. Traído pelos portugueses, manda a filha casar com Ngungunyane com o intuito de o assassinar. Portanto, a peça gira em torno do romance da Imani com o sargento português e também da colonização.

Como está a ser para si este trabalho?

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