A banda Massukos lançou, no Dia da Paz e Reconciliação, 4 de Outubro, na cidade de Maputo, o movimento a que designou de “Caravana artística pela paz”, colado ao lema “ Artistas Unidos Rumo à Paz Efectiva”. O projecto tem escalas asseguradas no distrito de Gorongosa, em Sofala, bem assim na província do Niassa, domicílio deste agrupamento musical.
Em Janeiro, Feliciano dos Santos, líder do agrupamento, tinha confidenciado ao domingo a intenção de participar com actos no processo em curso em busca da paz em Moçambique: pretendia reunir o presidente da República, Filipe Nyusi e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, num concerto musical.
Os Massukos, entretanto, não encontravam caminhos que viabilizassem o seu desejo, assim como não vislumbravam entidades que de forma independente patrocinassem a iniciativa, até que os caminhos ficaram facilitados com os entendimentos cada vez mais consistentes, entre o chefe do Estado e o líder da Renamo, que culminaram com a deslocação de Nyusi ao encontro de Dhlakama na montanha da Gorongosa, em 6 de Agosto.
O concerto teve lugar, primeiro na capital do país, convidando para o efeito, bandas e artistas locais para abrilhantarem o lançamento da caravana artística. Desfilaram deste modo, os Ghorwane, Kaliza, o Grupo de dança “Paz e Progresso”, Roberto Isaías, Yolanda Kakana e Anita Macuácua, que deram o melhor de si para porem em delírio a plateia que acorreu ao Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane.
Os Massukos fecharam o concerto, como se esperava, com chave de ouro, pondo a quase totalidade dos espectadores em pé, ao ritmo do “Nganda”, “Chioda”, “chitawala”, “bamping”, “ Katana”, “Ilala” entre outros que manifestam as tradições culturais de Niassa, arregimentadas, nos álbuns “Kwimba Kwa Massuko”, “Bamping” e “ Nhimbo Za kwatho”.
O ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, em representação do Presidente da República, disse na oportunidade que todas as iniciativas eram bem-vindas e renovou o compromisso do chefe de Estado de tudo fazer para que a paz volte ao convívio dos moçambicanos, para o que todos estão convidados para contribuírem com o que podem para o alcance efectivo desse bem precioso.
Feliciano dos Santos, cuja banda já regressou a Lichinga, confirmou a este semanário, sem no entanto adiantar datas, que “a seguir vamos tocar em Gorongosa e depois aqui no Niassa”.
Texto de Pedro Nacuo
