O Ministro da Cultura, Armando Artur, esteve recentemente em Portugal e Itália, onde foi reforçar o intercâmbio cultural e, preparar participações de Moçambique em eventos a terem lugar
naqueles países, com destaque para a Bienal de Veneza e um plano de disseminação da língua portuguesa nas escolas moçambicanas.
Em Portugal, Armando Artur assistiu a atribuição dos prémios Aga Khan em Arquitectura e participou em um seminário.
Falando a propósito da agenda em Portugal, Armando Artur disse: “A viagem cingiu-se mais na troca de delegações artísticas visando o conhecimento mútuo cada vez mais aprofundado. Para o efeito, falamos da questão da facilitação aos artistas para a obtenção de vistos nos dois países”.
Falando da concretamente da arquitectura, Artur disse que o país fez avanços significativos, o que propicia um ambiente e clima favoráveis para mostrar a riqueza patrimonial ao nível da arquitectura. “Estamos em condições de começar a mostrar o que é nosso. Temos a bienal de Veneza de 2014, que também vai versar sobre arquitetura. A organização endereçou um convite a Moçambique, através do arquiteto José Forjaz. Estamos conscientes de que temos muito trabalho a fazer a este nível”.
Durante a visita a capital portuguesa, Lisboa, o Ministro da Cultura teve oportunidade de participar em um seminário organizado pela Champalimaud.
“ O seminário foi mais para trocar impressões e ouvir do júri e dos organizadores sobre os fundamentos do prémio Aga Khan. Não discutimos a questão do Acordo Ortográfico.Mas quanto a nós, este acordo para ser assumido por todos é necessário que também todos se sintam donos da língua portuguesa. Porque todos queremos que nossos vocábulos também façam parte dos dicionários desta língua. Porque são vocábulos oriundos das nossas línguas nacionais, numa interacção permanente entre estas e a língua portuguesa e vice-versa. Portanto, também as línguas nacionais se beneficiam de vocábulos da língua portuguesa”.
FESTIVAL DAS FORÇAS ARMADAS
Decorre de 20 a 25 de Setembro, o Festival Militar Cultural e Desportivo, em Manica. O festival que vai na quarta edição vai movimentar centenas de militares que vão praticar e participar em diversas actividades desportivas e culturais.
Sobre a efeméride, Armando Artur teceu o seguinte comentário: “As nossas FADM estão de parabéns. Este é o assumir da nossa moçambicanidade. É preciso não esquecer que as nossas FADM são parte do nosso povo. Elas fundam-se nas tradições e cultura do povo moçambicano. Elas estão para defender a terra e o homem moçambicanos consubustanciados, na sua essencialidade, pela cultura moçambicana. A cultura garante a soberania das nossas FADM e estas garantem a soberania do país. Por isso, com este festival, elas estão a exaltar e afirmar a sua identidade, contribuindo deste modo também para o desenvolvimento das artes e cultura do seu país”.
MOÇAMBIQUE EM FESTIVAIS INTERNACIONAIS
Moçambique tem sido convidado a participar, ultimamente, em vários eventos internacionais com muita frequência. As artes plásticas estão em um lugar destacável no que concerne à sua exibição e venda no exterior. Contudo, a música e Literatura, também marcam forte presença.
A propósito do crescente número de convites que os artistas nacionais recebem, o Ministro da Cultura teceu o seguinte comentário: “É a tal frente diplomática aberta para as artes e cultura. Basta de consumir o que vem de fora sem exportarmos o que é nosso. Todos artistas e fazedores da culura estão conscientes disso. Ficamos muito tempo fechados. Quando começamos a fazer-nos descobrir, aí despertamos a atenção sobre nós próprios. E agora todo mundo quer Moçambique e coisas de Moçambique, mau grado as vicissitudes de ordem financeira com que nos debatemos. Mas para frente é o caminho. Esta frente diplomática vai dar mais resultados positivos”.
Está em preparação a semana cultural de Moçambique em Portugal. Música, Gastronomia, Fotografia, Literatura e Artes plásticas são as modalidades que serão exibidas em Portugal. Sobre o evento, Armando Artur disse: “ É este diálogo intercultural que é necessário desenvolver entre os dois povos e países, para um conhecimento mútuo permanente. Mas também é mais uma oportunidade que se abre para a afirmação das nossas artes e cultura fora do país. É a nossa internacionalização. Sei que Moreira Chonguiça está em frente desta iniciativa. É bom que aconteçam estas iniciativas promovidas pelos próprios artistas com a parceria de entidades públicas e privadas. O Governo por si só não será capaz de responder a toda uma demanda. Por isso, está de parabéns o Moreira. Que continue a levantar bem alto a bandeira cultural de Moçambique”.