Caiu ontem o pano sobre a primeira edição do Festival Internacional Poetas D´Alma, um evento organizado pelo Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA) e o colectivo Poetas D´Alma. Durante os três dias do Festival, artistas, activistas, escritores de 18 países juntaram-se para numa só voz exaltarem as artes e culturas da Humanidade.
Muita poesia, teatro, música, dança, exposições, debates, oficinas de artes, entre outras manifestações, preencheram o imaginário das centenas de pessoas que marcaram presença durante o Festival que se pretende passe a ser regular, segundo Konstanze Kampfer, directora do CCMA.
Sexta-feira, por exemplo, a festa começou com a exibição de quatro curtas-metragens. “Mulher da Noite”, realizada por Natércia Chicane, e “Não dês ouvidos a ninguém, todo mundo está com medo”, de Wilford Machili, ambos moçambicanos. Marilú Námoda, brasileira, apresentou “Águas de Março”. Já os artistas Rafael Bispo, Nelson Maca e Dj Gug e Feling Capela, de Brasil e Moçambique, apresentaram “Salvador-Maputo”.
Após o término das curtas-metragens, o público é brindado com poesia ritmada de Nelson Maca, poeta brasileiro. O poeta queixa-se do racismo e das desigualdades sociais que assombram a sua terra, Brasil. Pede que as políticas mudem.
Também sobem ao palco Lulu Sala, bailarino moçambicano, Nena Bernes, cubana. Edna Jaime traz uma dança contemporânea que retrata a vida de uma jovem mulher que teve o marido “engolido” pelas terras do rand ao longo de mais de sete anos. Um homem que, no final, regressa à casa e sem nada. Obrigando-a a trabalhar ainda mais duro para sustentar não só aos filhos, mas também a ele.
Por fim, Yuck Miranda, ousado, sobe ao palco. Vestido de colantes pretas, senta-se num banco e apresenta uma peça inspirada no original “Os Monólogo da Vagina”, da norte-americana Eve Ensler. O público gosta. Vibra. Aplaude com bastante euforia, tal como fizera com os outros artistas.
Após esta apresentação, todos saem do Auditório do CCFM passando então ao seu jardim. Verde nos lados. Pedras no chão. Luz, assim ténue, caracterizam o cenário deste espaço. Haverá música e poesia, neste lugar.
Enquanto uns ainda saem da sala onde há pouco os artistas acima mencionados se apresentavam, outros com garrafas na mão, com ou sem álcool, trocam conversas e muitos sorrisos. De seguida, osapresentadores chamam a nossa atenção. E convidam Miguel Xabindza ao palco. Ele canta e cativa a atenção do público. A sua actuação é de pouco menos de 25 minutos. Leia mais…