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As 80 cores de Noel Langa

Por Belmiro Adamugy

Noel Langa faz parte de uma galeria de artistas que pertencem ao mundo.

A sua arte ultrapassou as fronteiras físicas do nosso país para aportar nos quatro cantos da terra. Tal como Malangatana, Chissano, Samate, Shikani ou Mankeu, venceu a acção limitante do tempo. Em vésperas de celebrar o seu octagésimo aniversário natalício, Noel Langa abriu as portas do seu Centro Cultural Arco-Íris para uma fugaz visita à sua própria trajectória.

Modesto até ao tutano, Noel, filho de João Langa e Ester Parruque, cedo descobriu em Chilumbela, Mandlakazi, província de Gaza, onde veio ao mundo a 30 de Outubro de 1938, que a sua vida seria pejada de cores.

Os contrastes da areia, entre o branco e o vermelho, foram a sua primeira tela alicerçados pela participação nos trabalhos de cerâmica produzidos pela mãe. Mas antes de se firmar como um dos nomes maiores das nos sas artes plásticas, o Mestre Noel Langa – cujos pais sonharam que se tornaria padre – trabalhou numa casa particular, foi funcionário da Casa da Moeda, foi pintor na construção civil, foi telefonista. Trabalhou numa empresa de frio e chegou a dirigir uma empresa mas a pintura sempre reclamou o seu quinhão. Noel Langa (os pais baptizaram-no como Noé, a mítica figura bíblica) fixou-se em Maputo, então Lourenço Marques, em 1954.

 Em 1960 matriculou-se no curso de pintura decorativa da Escola Industrial de Lourenço Marques (actual 1.º de Maio) e um dos seus colegas era precisamente Malangatana Nguenya. Leia mais…

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