Costuma-se dizer que o filho do peixe sabe nadar. Pois é, estamos perante um caso comprovado. Albino Mahumana, famoso e conceituado fotógrafo, é também pintor. O seu pai é Mankew, artista plástico de longa data, da era de Malangatana, Shikani, Noel Langa, Lindo Hlongo, entre outros.
Entre os intervalos da busca incessante de imagens, Albino Mahumana veste-se de artista plástico e faz da tela, pincel e tintas seus amigos secundários. Secundários porque a máquina fotográfica é a sua companheira de preferência. Depois de tanto assistir o pai a pintar e seguir-lhe as peugadas, Mahumana decidiu mostrar-se como homem do pincel. E fê-lo na Fundação Fernando Leite Couto, em uma mostra denominada “Mulher, sociedade e desafios”. Foi pretexto para uma conversa em um café, numa tarde de temperatura amena.
Começou por explicar o que retrata a exposição a dois. “Faço a exposição a dois, eu e Matchakossa. Retrato a mulher artista, mãe que se faz à estrada e vai à luta para o sustento da família. É uma homenagem que faço à mulher moçambicana. Afinal, estamos no mês da mulher e ela merece”, explica Mahumana.
A mostra comporta vinte e seis obras, das quais treze de Albino Mahumana são de técnica de acrílico sobre tela. “Matchakossa exibe a vertente cerâmica com doze obras e uma instalação. E essa ideia de expormos juntos duas sensibilidades – pintura e cerâmica – surgiu da constatação de a mulher merecer a homenagem”.
Texto de Frederico Jamisse