A população da localidade de Michangulene, Posto administrativo de Changalane, província de Maputo, pede a abertura de um posto de saúde por forma a minimizar o seu sofrimento.
Michangulene está no meio de outras localidades, nomeadamente, Mahelane, Goba e Changalane. Para chegar a um cada um destes pontos, onde há postos de atendimento medico, a população percorre 7 quilómetros.
A situação ‘e agravada pela falta de transporte, facto que complica a vida de doentes graves ou de mulheres grávidas.
Em conversa com os moradores daquele povoado, ficamos a saber que um empresário do ramo de agricultura mandou construir uma dependência para servir de posto de saúde. As obras terminaram nos princípios do ano passado, 2016, contudo de lá para cá, a unidade nunca foi usada.
Comunidades locais acreditam que com a entrada em funcionamento de um posto local veriam os seus problemas de saúde minimizados.
No entanto, ninguém sabe explicar ao certo sobre o que está a fazer atrasar a sua abertura. A nossa Reportagem constatou que, efectivamente, a dependência nunca usada desde que foi construída. Foi tomada pelo capim circundante.
Membros da comunidade disseram que a localidade tem registado muitos casos de diarreia devido ao consumo da água imprópria.
SOFRIMENTO
Os moradores da localidade de Michangulene referiram que estão a enfrentar vários problemas, desde de saúde, falta de chuva, invasão de hipopótamos nas suas machambas, ataque de crocodilos, entre outras.
No ano de 2014 pelo menos duas pessoas perderam a vida e uma ficou ferida por causa de ataque de crocodilo.
Isabel Bilale, uma das residentes de Michangulene, disse que a chuva que vem caindo noutras partes do país ainda não se fez sentir naquela localidade. Em consequência, as sementes de milho, feijões e amendoim queimaram devido ao efeito do calor.
A nossa entrevista antevê piores dias caso a chuva não venha a cair. “Pensávamos que este ano estaríamos aliviados do sofrimento, mas parece que vamos continuar com o cenário do ano passado. A primeira sementeira está perdida, assim estamos a tentar lançar outra semente, mas sem esperança, disse .
Acrescentou que esse não é o único problema. “Esta minha criança está há uma semana com problemas de diarreia. É difícil controlar a situação porque não temos outro sítio para tirar água. Temos um furo, mas paga-se 100 meticais por mês, nós não temos esse dinheiro”, referiu.
Por sua vez, Armindo Churugué, primeiro lamentou o facto de não haver segurança, sobretudo na calada da noite, havendo relatos de assaltos na vida pública.
As vezes quando te encontram pedem algo, e se não tiras tiram-te a vida. Maior parte das vítimas são indivíduos embriagados . O outro problema ‘e falta de água, disse.
José Mandlate, outro residente daquele povoado, lamenta o facto de o pedido de socorro da comunidade não ser correspondido pelas autoridades locais.
Temos a falta quase de tudo. As mulheres gravidas passam mal porque têm de percorrer 7 quilómetros para encontrar uma unidade sanitária, pior ainda nos dias de parto, apontou.