O “Moçambola” 2016 termina esta tarde com o campeão nacional já encontrado justamente, Ferroviário da Beira, mercê da segunda vitória diante da União Desportiva do Songo (UDS), domingo passado, por 0-1.
De jornada a jornada,
os candidatos ao título
foram diminuindo.
Chegou-se ao ponto de
o principal candidato
ser a UDS, com oito pontos de
avanço. A seguir vinha acelerado
o Ferroviário da Beira, o mais
beneficiado com a derrocada da
equipa de Artur Semedo, que,
como se estivesse a sofrer de
metafísica, passou a somar derrotas,
até esse dia em que viu o
título fugir das suas mãos.
Para trás fica o registo de
um “Moçambola” bem disputado,
no qual a influência das
arbitragens foi menos maléfica
ao futebol comparativamente às
edições anteriores.
Faltaram mais golos trabalhados,
que engrandecessem
o melhor marcador, Luís, que
marcou mais de penálti.
O “Moçambola” que hoje
termina pune severamente a cidade
de Maputo, que perde dois
lugares, dos seis que detinha.
Fica o sinal de que Moçambique
é maior que a sua capital. Que
os grandes clubes de Maputo o
devem ser no campo de jogos e
não nos papéis trazidos do passado.
O momento é outro, pelo
que é preciso mais trabalho e
seriedade nos clubes de Maputo,
outrora bebés mimados do
Estado.
O Estrela Vermelha de Maputo,
mesmo com um vasto património
desportivo, herdado do
tempo colonial, voltou a provar
que quem faz o desporto são os
homens e não os edifícios; homens
com mentalidade desportiva
mais ampla e visionários. É
triste que os “alaranjados” de
Maputo transitem para a próxima
época futebolística sem
“Moçambola” nem campo de
futebol, tudo por uma rentabilização
em curso.
Falaríamos do que pode ter
contribuído para as despromoções
do Estrela Vermelha, Desportivo
do Niassa e do Desportivo
de Maputo, se o “Moçambola”
já tivesse terminado, ao
que o faremos proximamente,
quando tudo sobre a prova
estiver arrumado.
JOGOS QUE FECHAM
A PORTA
Três jogos encerram a 30.ª
jornada e, consequentemente, o
“Moçambola”-2016. São partidas
sem interesse para os seus
intervenientes, embora uns
procurem sair duma classificação
para outra. Quem desceu
desceu e quem não ganhou o título
não o vai ganhar este ano.
Nesse cumprimento de calendário,
temos o Estrela Vermelha
de Maputo a receber o
outro despromovido da capital
do país, o Desportivo de Maputo,
no campo do Costa do
Sol. Tem como árbitro Justino
Zandamela, assistido por Pedro
Madala e Joaquim Sambo. O
quarto árbitro é Amosse Lázaro.
O Maxaquene, em jeito de
preparação para a final Taça
de Moçambique com a UD
Songo, defronta a turma dos
“trabalhadores” da Zambézia,
o 1.º de Maio, que escapou da
despromoção na 29.ª jornada.
Este jogo, a ter lugar no Estádio
Nacional do Zimpeto, tem
a particularidade de ser o primeiro
do “Moçambola” a ter
uma arbitragem de campo só
composta por mulheres, nomeadamente
Ema Novo, árbitra
principal; Estrela Gonçalves,
1.ª assistente, e Elina Marques,
2.ª assistente. Quarto árbitro
Sérgio Lopes.
Finalmente, o Ferroviário
de Nampula recebe o ENH de
Vilanculos. Árbitro é Felisberto
Timane, assistido por José
Mula e Carlos Manuel. Quarto
árbitro Inácio Sitoe.
Todos os jogos iniciam às
15.00 horas. Adeus, “Moçambola”-
2016”!
Manuel Meque
manuel.meque@snoticicas.co.mz