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Renovando o nosso compromisso de há 35 anos

Por admin

O semanáriodomingo faz hoje 35 anos. Com efeito, o mesmo foi oficialmente fundado a 25 de Setembro de 1981. Ao relermos o seu primeiro número, sob a direcção do fotojornalista Ricardo Rangel, já falecido, deparámos com uma tónica de compromisso com o desenvolvimento do povo, desenvolvimento fundado na verdade, com a convicção de que só a verdade é que liberta.

No editorial do primeiro número saído a 27 de Setembro de 1981, escreveu-se o seguinte sobre os passos que o jornal devia trilhar e sobre a sua orientação futura: “Um título novo, um formato diferente. O leitor estranha. Pergunta-se que jornal vão eles fazer?

A leitura deste primeiro número responderá, em parte a estas questões. A outra parte é toda uma história de luta dos profissionais do jornalismo em Moçambique por uma informação digna, honesta e com as cores vivas da nossa Revolução. A equipa que faz o Domingo acredita que é possível ser um instrumento da luta de classes em Moçambique sem ser cinzento, sem transcrever documentos oficias, sem andar atrás da carroça procurando servir de eco atrasado ao Aparelho de Estado.

Procuraremos levar-lhe, leitor, a informação fresca do que aconteceu no Sábado em Moçambique e no resto do mundo. Procuraremos dar-lhe comentários e análises sobre temos importantes da actualidade nacional e internacional. Procuraremos dar-lhe reportagens vivas sobre o dia-dia do povo moçambicano ou sobre a luta de outros povos contra o colonialismo, o imperialismo e todas as formas de opressão e exploração do homem pelo homem.

Procuraremos, por fim, dar-lhe o divertimento, o texto cultural, as secções de divulgação técnica e científica, a anedota e a banda desenhada, a crónica de cidade ou do país com a qualidade que o leitor merece e que os nossos colaboradores garantem.

 Aposta arriscada, sem dúvida, que é acompanhada por técnicas novas na realização material do jornal. A fotocomposição e a impressão em off-set permitem dar-lhe, mais qualidade gráfica, mas exigem de quem o faz um maior rigor, um profissionalismo sem concessões. Isto na redacção, na fotocomposição, no fotolito, na impressão.

Mas todos acreditamos que este jornal é necessário hoje em Moçambique. E por isso lutamos.

 Não lutamos sozinhos. Estamos nas mesmas fileiras que a informação do nosso país, quer seja escrita, radiofónica, cinematográfica ou televisiva. Cada um cumpre a sua tarefa junto do povo que devemos servir, do povo que nos deve julgar”.     

Estas foram as grandes linhas de orientação enunciadas no primeiro número. É claro que de 1981 a 2016, mudaram-se os tempos e as circunstâncias, mas a vontade de defender o povo através da informação continuou a ser a tónica desta casa em que se concebe a informação como um acto de cultura, sendo a cultura aquilo nos faz crescer por dentro. A pessoa humana é para nós o supremo valor, radicalmente igual, sujeita de direitos e de obrigações. Reprovamos a confrontação violenta como forma de resolver contenciosos, lutamos pela transparência dos negócios, em especial dos negócios públicos, denunciamos a arbitrariedade, a discriminação e a corrupção. Pugnamos por um Estado de Direito onde quem manda é a lei. Nada daquilo que é humano nos é indiferente.

Aliás esses aspectos estão patentes e melhor explanados no nosso Estatuto Editorial, onde referimos e sublinhamos que “somos um jornal independente, isto é, sujeito apenas à deontologia jornalística, às normas que regulam a profissão, à Lei de Imprensa, à metodologia universalmente aceite para este sector de actividade. Não confundimos as notícias, enquanto histórias dos acontecimentos ou situações, com opinião. Concebemos a informação como acto de cultura. Impomo-nos como dever, a consolidação e dinamização da democracia pluripartidária num quadro de estabilidade social. Trabalharemos pela reconciliação nacional e pela paz, que para nós só se obtém no desenvolvimento integrado e harmonioso. Entendemos a reconstrução do país através dos sectores público, privado, cooperativo e misto, dedicando especial atenção ao empresariado nacional. Lutaremos pela transparência nos negócios, em particular nos negócios públicos. Reprovamos a confrontação violenta como forma de resolver contenciosos. A pessoa é para nós o supremo valor, radicalmente igual, sujeita de direitos e obrigações. Pugnaremos pela educação da população na defesa dos seus direitos e interesses, contra toda a forma de injustiças. Promoveremos o Estado de Direito. Denunciaremos a arbitrariedade, a discriminação e a corrupção. Difundiremos a Arte, promoveremos o Desporto. Nada do que for humano nos deixará indiferentes.”

Portanto, estes são os nossos princípios fundamentais. E hoje renovamos este nosso compromisso de há 35 anos. Pretendemos continuar a fazer um jornalismo de qualidade, avesso ao sensacionalismo mórbido e à intriga. Um jornalismo que se paute pela ética e pela deontologia universalmente admitida. Um jornalismo de quem não deve, não teme. Corajoso sempre que necessário, subordinado ao lema “a verdade acima de tudo”. Custe o que custar.

 Um jornalismo que prime pela investigação aprofundada das estórias que se desenrolam em todos os quadrantes da vida, nós que pugnamos pelo homem livre, sabendo que o primeiro pressuposto da liberdade reside na informação. Como sempre o afirmámos, quando se quer escravizar um povo, começa por se lhe esconder a informação. Porque só nos determinamos em função daquilo que conhecemos.

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