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A tramóia duma bandeira

Por admin

Um dos símbolos mais divulgados e conhecidos no mundo é a bandeira. Representa, simbolisticamente, um Estado soberano ou um país. Mas o seu valor não se esgota aí; há bandeiras para todos os gostos e feitios. Os municípios, por exemplo, ou cidades adoptam bandeiras que representam as suas tradições ou imagens corporativas…

Reza a história que a origem das bandeiras remonta à Idade Média, quando os exércitos aliados, para não se confundirem uns com os outros, usavam um pedaço de pano hasteado num estandarte, com as cores e sinais de identificação do batalhão ou companhia envolvida. Assim evitavam o temido fogo amigo. As bandeiras têm as suas origens nas insígnias, sinais distintivos de poder ou de comando usados desde a antiguidade e que poderiam ser figuras recortadas em madeira ou metal, ou pintadas nos escudos. A substituição dos signos figurados de material rígido por tecidos pintados em cores vivas foi feita pelos romanos, com o seu “vexilium” (estandarte), uma tendência que se acentuou durante a Idade Média.

Portanto, há muita coisa por detrás daquele aparente e inocente pano… há quem, para mostrar o seu agravo contra uma determinada nação, não hesita em queimar a respectiva bandeira em público. Bandeira é assunto sério…

Bula-bulatambém está a pensar em contratar um desenhador para fazer uma bandeira… com alguns dizeres – de preferência em latim, do tipo “A Magnis Maxima” (De grandes causas, grandes efeitos)– para exibir pelo mundo fora…

E essa coisa de exibir bandeiras, às vezes, tem custos elevados; que o diga a atleta moçambicana de karaté Joana Pereira. Ela, não se sabe porque artes e berloques, na hora da consagração num torneio internacional de karaté realizado na Alemanha, onde ficara em segundo lugar, exibiu uma bandeira com uma perdiz e 3 setas.

Surpresa geral… aquela não era a bandeira de Moçambique, país que a atleta representava. As TICs encarregaram-se de espalhar a inusitada cena para o mundo e para os moçambicanos em particular. O que é que estava a acontecer? Seria já resultado da cena das seis províncias reclamadas pela Renamo? Mas mesmo nesse caso, não seria a bandeira de um partido mas uma que representasse as seis províncias.

Bula-bulaconfiou na barbicha rala. Alguma coisa não estava bem.

O tempo encarregou-se de dar as respostas. Uma vez mais as TICs mostraram um determinado partido a apoiar o gesto. Que essa coisa de ser moçambicano não era assim tão importante. O sagrado mesmo era o tal partido. A exibição daquela bandeira, numa competição com regras claras, afinal não fora obra do acaso. Afinal ela tinha sido enredada por politiquices perdigotas.

A associação da modalidade decidiu suspender a atleta. Ela justifica-se dizendo que a delegação só tinha uma bandeira nacional e ela, por alternativa, exibiu aquela partidária. Erro crasso. Há regras internacionais sobre o assunto. Moçambique tem de justificar nos organismos internacionais a estória.

A atleta vai-se descosendo em desculpas, incluindo afirmar que pagou o bilhete sem ajuda da associação. Esquece-se que só foi admitida no referido campeonato porque existe uma associação legalmente constituída. Ali não concorrem atletas independentes. Nem os refugiados que aparentemente representam uma grande Nação que o mundo não quer reconhecer: a dos ultra-sofredores!

Deu zebra.

Melhor, deu bandeira… ou badana!

 

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