O Jornal “notícias” assinalou, sexta-feira passada, 90 anos de existência, renovando o compromisso de responsabilidade na forma como transmite a informação aos seus leitores.
Com efeito foi a 15 de Abril de 1926 que o “notícias” saiu à rua, em pleno colonialismo, mas com uma faceta revolucionária, não obstante a acção impenitente da censura colonial.
Hoje por hoje, o Jornal Notícias transporta referencial histórico-cultural, por ser detentor de um grande acervo de material impresso sobre o passado e o presente de Moçambique .
Como diria o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e mais tarde Esselina Macome, Presidente do Conselho de Administração da Sociedade do Notícias, 90 anos simbolizam uma vida, um longo caminho trilhado, impondo uma responsabilidade acrescida aos seus profissionais.
A Presidente do Conselho de Administração, Esselina Macome, disse, por isso, que mais do que nunca, a empresa celebra os 90 anos do “notícias” com uma responsabilidade assumida de forma distinta.
“Ao longo de décadas, o Notícias sofreu várias transformações quer a nível de recursos humanos quer ao nível tecnológico. Hoje, ao ritmo do avanço tecnológico, apostamos na modernização através do uso das novas tecnologias, facilitando a recolha, produção e divulgação da informação que faz de nós líderes do mercado da imprensa escrita”, disse Esselina Macome, acrescentando que hoje a Sociedade do Notícias é uma empresa de referência na comunicação social em Moçambique.
Não o somos somente pela nossa longevidade mas, acima de tudo, pela qualidade e responsabilidade das nossas práticas no exercício de informar, práticas essas que pugnam pela objectividade e valores de ética e profissionalismo”, sublinhou.
Ressalvou que a Sociedade do Notícias tem estado a orientar o sentido dos seus investimentos não só no desenvolvimento dos recursos humanos, como também na garantia de que nos seus produtos, nomeadamente os semanários Domingo e Desafio, e no aniversariante Notícias, esteja reflectido o dia-a-dia dos moçambicanos, em qualquer ponto do país.
“Este desafio exige de nós soluções arrojadas, medidas ajustadas e decisões reflectidas, para que possamos, enfim, cumprir o nosso objectivo estratégico de levar o país para os nossos jornais e levar os nossos jornais para todo o país”, disse ainda a PCA da Sociedade do Notícias, ressaltando o facto de, recentemente, as direcções editoriais dos jornais Notícias e Domingo terem sido reformuladas na pretensão de empreender maior dinamismo e garantir saltos qualitativos nos conteúdos a oferecer aos leitores.
Falando dos desafios da empresa, Macome referiu que são vários, tendo destacado a necessidade de se melhorar a plataforma de distribuição de jornais e assegurar que cada vez mais cidadãos, no país e no estrangeiro, tenham acesso a eles.
notícias confunde-se
com História de Moçambique
– Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi disse que a história do Jornal Notícias confunde-se com a história de imprensa em Moçambique. Destacou que desde a sua fundação, em 1926, o jornal atravessou várias fases da história do nosso país.
“O Notícias guarda parte da história de Moçambique. Testemunhou pedaços da história colonial e toda a amálgama de eventos que marcaram a luta dos moçambicanos pela sua autodeterminação, cujos registos podem, ainda hoje, ser acedidos, consultados e usados como referência do nosso passado colectivo”,disse o Presidente da República.
Referiu que o Jornal Notícias testemunhou a celebração da independência nacional e registou momentos de glória dos moçambicanos. Salientou que também registou etapas difíceis da nossa trajectória colectiva, desde a agressão movida pelo Apartheid e pelo então regime de Ian Smith, até à guerra de desestabilização empreendida durante 16 anos.
O estadista sublinhou que com o mesmo vigor e responsabilidade, e transpondo sempre as dificuldades que se foram interpondo no percurso, o jornal Notícias assumiu sempre o seu papel de informar sobre o dia-a-dia dos moçambicanos, explorando no máximo o seu alcance territorial.
“Hoje, notamos com agrado que o Notícias tem sabido explorar essa presença nacional para levar o jornal a cada vez mais lugares, disseminando a informação e o conhecimento nas comunidades”, disse.
Ressalvou que o desafio que se coloca hoje é assegurar que a reportagem que chega às comunidades através do jornal seja feita com objectividade, com isenção, com profundidade e rigor necessários à correcta compreensão dos fenómenos por parte de quem a lê.
“Queremos, pois, que o Notícias continue a acompanhar o quotidiano dos moçambicanos, veiculando os seus anseios, reportando as suas actividades e conquistas”, disse, acrescentando: “queremos que continue a valorizar a cultura moçambicana, perpetuando a moçambicanidade, a cultura do trabalho, o diálogo e a harmonia social”.
notícias lança mais um produto
No dia da celebração dos seus 90 anos de existência, o “notícias” lançou mais um produto, o Aplicativo Mobile – uma ferramenta desenvolvida para leitores que queiram ler a versão impressa dos jornais Notícias, Desafio e Domingo a partir dos seus telefones celulares.
A plataforma vai permitir que o leitor tenha acesso facilitado e rápido a conteúdos sobre o que acontece no país e no mundo.
Não se coarctou a História
– Fernando Lima, PCA da mediacoop
Para Fernando Lima, PCA da mediacoop, o mérito da celebração dos 90 anos do notícias está na valorização do trabalho desenvolvido pelo jornal também na época colonial, facto que não coarctou a história.
Lima disse que 90 anos trazem uma responsabilidade acrescida aos profissionais do matutino à quem exortou para manterem a sua postura de fazedores de informação com isenção e sem colagens de natureza político-partidária.
Sou filho do notícias
– Lourenço Jossias, director do Magazine Independente
Lourenço Jossias disse que o notícias está parabéns pelos 90 anos de existência e também pelo facto de ser mãe de vários jornais e profissionais que emergiram depois da Independência Nacional.
“Eu próprio sou filho do notícias”, rematou Jossias.
A Frelimo libertou o jornal
– Paul Fauvet
Para Paul Fauvet, jornalista da Agência de Informação de Moçambique (AIM), os 90 anos do notícias têm no travo colonial uma lembrança dolorida.
Explicou que durante a dominação colonial a informação muitas vezes foi cerceada pela censura, numa evidente ocultação da verdade que não interessasse aos colonos.
“Com a Independência Nacional em 1975, a FRELIMO libertou o jornal”, disse Fauvet.
Bento Venâncio