A Renamo já está mesmo a governar, exactamente nas províncias onde diz ter conseguido a maioria nas eleiçoes de 2014. O que é ganhar eleiçoes é o que se tem que explicar em mais esta sentada discursiva a que se dá, por hábito, o nome de diálogo político, rodeada de pompa e circunstanciaregional, ocidental e pontifícia, para dar a importancia que nem precisava.
Se houver quem quiser explicar, poderá aproveitar a oportunidade para dizer o que é maioria nas eleiçoes(ainda que parcelares) à luz da Lei moçambicana, para pararmos de pensar, como pensam os olhos, que é simplesmente “muita gente”.
Mas antes disso, a Renamo desatou a governar, tal como prometera, numa clara atitude de quem quer dizer que independentemente dos resultados do diálogo, se a soluçao nao for entregar-se-lhe as regioes “ganhas” nao terá havido diálogo nenhum.
Os sinais nao faltam para mostrar o caminho a seguir, aliás, o único conhecido pela segunda maior formaçao politica nacional, o terrorismo. O programa quinquenal da Renamo, baseado na destruiçao do que os outros construiram e constroem, na matança de quem esperava morrer mais tarde, na destruiçao ou roubo de tudo o que pode adiar a morte do povo, nos aplausos à desnutriçao e fome, na alegria pelo subdesenvolvimento, etc.
Quando a Renamo estava a propalar a ideia de governaçao das seis províncias, certa opiniao pública esteve distraída, pensando que se tratava duma ideia genuína de estabelecimento duma ordem directiva, com base num pensamento político.
Decepcionante é chegar-se à conclusao de que a governaçao de que ouviamos falar é, afinal, esta que está em reactivaçao. Puro terrorismo, visando dar a entender que de facto naquelas províncias tem influencia.
Se um grupo de 12 elementos sai de Sabe, em Morrumbala, atravessa a linha imaginária de fronteira até Mopeia e cumpre algumas linhas dos termos de referencia(queimar, destruir e roubar) dá a ideia de que, do ponto de vista espacional, estamos perante uma ocupacao efectiva, na Zambézia.
Tendo saltado duma aldeia para outra(embora)do ponto de vista de terrorismo o impacto é maior. Singnifca que para além de Morrumbala chegou a Mopeia! Ainda mais, onde se encontrava de visita, havia uma semana, o chefe de Estado. Acha que colhe aplausos!
Se um grupo desce das montanhas de Muacanha, para a Localidade de Muapula, evitando a via de Muhoco( via cruzamento Gasolina) para evitar contacto com as FDS, na sededo distrito de Maúa, logo o roubo, que tem o nome de tarefa, impacta na opiniao pública e se apresenta como mais um sinal de que a Renamo está a governar em Niassa.
O mesmo grupo se salta e vai pelo rio Macequesse abaixo ou pelo Messalo acima, até onde se localiza a antiga e mítica missao de Maiaca, donde rouba fardamento e destrói a casa do chefe do posto respectivo, fica cumprida mais uma missao do plano, para além de destruir tem-se a ideia de ocupaçao territorial. Mas é no mesmo distrito, Maúa!
Maiaca está nas bermas do rio Rurumuana, depois do qual, a Este, é já Nipepe. Aqui o terror se apossa ao mesmo tempo das pessoas de Maúa e Nipepe, com largas probabilidades de contagiar a Chihulo, em Malema e Méti, em Lalaua, ambos na província de Nampula. Basta que as balas assasinas ecoem peloleito do Lúrio adentro.
Issso é que se chama terrorismo. É mesmo isso a que a Renamo chama governar. Parece isso que irá fazendo, todos os dias, cada vez mais móvel e cada vez mais perdendo o tempo, enquanto os seus adversáros políticos se vao organizando para as eleiçoes que estao a portas.
E o que dizer de Moatize? Em Inhambane quer-se dar a ideia de que há algo de novo, quando sairam dos mesmos lugares onde sempre estiveram e ninguém os incomoda: Ridzi, em Mabote, há 12 quilometros de Tsenane, no distrito de Funhalouro.
A mensagem na hora de colheita, será que(passe a publicidade gratuíta): os que vos querem governar, sao estes que vos estao a matar! No fim, mais eleicoes perdidas e mais um partido choramingao. Assim vai a democracia(terrorismo) moçambicana. É o presente que nos deram em 1992.
Pedro Nacuo
nacuo49nacuo@gmail.com