Maria da Graça Gobe tem aquilo que toda a mulher moçambicana possui: o espírito de luta e muita persistência na busca de bem-estar dos seus. Está no mundo de negócio há anos e há dois anos decidiu abrir um centro de lavagem de viaturas.
Iniciou um negócio muito explorado pelos homens. Teve apoio para iniciativa?
Sugeriram-me a ideia no meu antigo trabalho. Levei muito tempo a pensar, mas depois decidi abrir o Car Wash. Quando decidi não perguntei a ninguém se era uma boa aposta ou não. Talvez porque já havia trabalhado num Car Wash.
Onde encontrou dinheiro para arrancar com este projecto de Car Wash? Recorreu a banca?
Primeiro fui lá para pedir empréstimo. Mas não consegui porque disseram que o meu salário não permitia fazer o empréstimo que eu queria. Meu marido ajudou-me numa parte. A minha mãe, que vive na Africa do Sul, apoiou com aquisição de duas máquinas. Uma de lavar e outra de aspirar.E assim iniciou o negócio.
No seu anterior emprego lavava carros?
Não. Era gerente e caixa ao mesmo tempo. Mas foi lá onde aprendi a lavar carros. Porque às vezes quando os donos iam levar as suas viaturas eu notava falhas e sentia-me mal entregar carros sujos…
Então aqui faz o trabalho pessoalmente?
Sim, faço. Mas agora tenho mais dois trabalhadores. Quando o trabalho é muito o meu filho mais velho ajuda.
Este é o seu primeiro negócio?
Não. Primeiro tive uma banca no mercado. Depois passei a vender verdura na África do Sul. Trabalhei também num talho. Quando meus filhos começaram a crescer decidi não estar mais longe de casa e procurei trabalho localmente até hoje…
Alguma vez o facto de ser uma mulher influenciou negativamente na liderança da equipe com quem trabalha?
Não. Temos uma excelente relação de trabalho. E acho que o importante é que me olhe como trabalhadora também.
O que a poderia fazer parar de fazer negócio?
Não sei. Não me imagino sentada em casa sem fazer nada. Este trabalho me ajuda a cobrir as minhas despesas e pagar os meus trabalhadores assiduamente.