Deputados da Assembleia da República (AR) estão preocupados com o aumento de casos de tuberculose no país, uma doença que afecta principalmente pessoas em idade produtiva.
Este sentimento foi manifestado num seminário realizado recentemente na Assembleia da República no âmbito do Dia Internacional da Tuberculose assinalado sob o lema:Unidos para acabar com a Tuberculose.
Reagindo ao apelo do sector da Saúde para a sensibilização da população com vista a controlar e combater esta doença, os deputados consideram que a luta não se deve limitar na sensibilização da população, mas também na eliminação dos factores que contribuem para o aumento do risco de infecção.
Aliás, no acto de abertura do seminário, ao se dirigir aos parlamentares, a ministra da Saúde, Nazira Abdula, avançou que para além dos novos casos, há ainda outros que não foram detectados (seis em cada dez casos permanecem não detectados), sendo que “se estima que ocorram anualmente cerca de 150 mil novos registos de tuberculose no país, não obstante os esforços empreendidos pelo nosso Governo e parceiros”.
Considerado já um caso de saúde pública, o que mais preocupa, de acordo com a representante do Governo na área de Saúde, é o aparecimento de espécies resistentes ao tratamento e associados ao HIV.
A Ministra da Saúde afirmou que Moçambique adoptou e está a implementar a estratégia global para travar a doença, e, “com a adopção desta estratégia pretende-se melhorar a detenção e notificação de casos, acelerar a disponibilização do tratamento antirretroviral dos pacientes seropositivos e com tuberculose, bem como tratar com sucesso cerca de 90 por cento dos pacientes notificados com esta enfermidade”.
Só no ano passado, foram notificados 646 novos casos, dos quais 40 por cento acompanhados nas unidades sanitárias.
Perante este cenário, o Director Nacional da Saúde, Francisco Mbofana, afirmou que o maior desafio do momento está no envolvimento de mais pessoas no tratamento como forma de alcançar o controlo da doença.
Vários são os factores que influenciam no comportamento da doença, dentre eles destacando-se a densidade populacional e factores histórico-geográficos com destaque para a migração para a Africa de Sul.
Assim sendo, a zona sul do país tem-se revelado a de maior registo de casos, seguida da região centro e por último o norte do país.
Destaque-se que o Programa Nacional de Controlo da Tuberculose do Ministério da Saúde conta, até 2017, com um fundo de 40 milhões de dólares americanos.
