A comunidade do regulado Ingwane, posto administrativo de Mocodoene, distrito de Morrumbene, reuniu-se sábado passado para saudar o seu líder comunitário, pelas 60 rosas no jardim da primavera. Chama-se Eduardo Sebastião Mussanhane, Duwa Wa Nowane, como é carinhosamente tratado na sua comunidade.
Duwa Wa Nowane mereceu uma saudação à moda antiga. O povoado de Mbangani (província de Inhambane), sua terra natal, em combinação com a sua família juntou-se em festa, onde rituais e danças tradicionais não faltaram. Havia que bafejá-lo de elementos ligados às suas raízes, afinal se tratava do aniversário “rei Mussanhane”, daí as devidas vénias feitas pelo seu rebanho.
Eduardo Sebastião Mussanhane é, actualmente, director nacional dos Serviços Penitenciários no Ministério da Justiça, com patente de Comissário da Polícia; um comandante de três exércitos, nomeadamente, cerca de 200 líderes comunitários, agentes da polícia correccional ao nível nacional, além da Polícia da República.
Trata-se de ocupações devidamente realçadas e efusivamente saudadas pela comunidade, amigos e familiares. “Mano Duwa, erra pouco e acerta muito, tanto em casa assim como no serviço ”, afirmou Inácio Mussanhane, seu irmão mais novo na apresentação da mensagem da família.
“Hinga tekani Nkulungwani va mamani kani kani” façam o nkulungwane; não dão gritos de alegria, senhoras? “Hinga banani a kwela vavanuna, paty paty”,homem assobiem então!”, pediu Augusto Mauaie, quando convidado apresentar um poema em Citswa, vulgarmente chamado Xithokozelo.
Eduardo Sebastião Mussanhane é o 17º líder do regulado Ingwane. Ascendeu ao trono em 2011 depois do falecimento do seu tio Rafael Mussanhane. É o terceiro dos 33 filhos do pai Sebastião Mussanhane que teve nove esposas, algumas mais novas do que ele.
O seu irmão mais velho, Armando Mussanhane, faleceu e sua mana, Quitéria Mussanhane, por força dos hábitos e costumes, não podia liderar a família e a comunidade como régulo razão pela qual Duwa assumiu o poder, contam os familiares.
Desde 2011, Eduardo Sebastião Mussanhane passou a ser homem de duas fardas em casa (na comunidade) e no serviço.
Na comunidade tem fardamento e insígnias, patência de primeiro escalão de líder comunitário, e no serviço fardamento da polícia com patência de general .
São vivências da nossa cultura que marcam a nossa africanidade.
Victorino Xavier
