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Marracuene grita por socorro

Por admin

Andar pelas ruas de Marracuene, um distrito que dista a 30 quilómetros da cidade de Maputo, é um exercício só para fortes. É que, de acordo com moradores daquela parcela do país, durante a noite, corre-se o risco de não chegar vivo à casa.

De acordo com António Lote, morador do bairro Abel Jafar, para escaparem das sevícias dos malfeitores é importante lutar por regressar à casa antes das 19.00 horas, pois, de contrário, “corremos o risco de sentir a faca encostada ao pescoço com o intuito de nos tirarem o pouco que ganhamos no dia-a-dia”.

Entretanto, segundo contou aquele morador, as incursões dos criminosos estendem-se até dentro das residências. “Eles invadem as nossas casas e tiram o que os apetece…”, facto que já levou António Lote a pensar em mudar de bairro, “não obstante o desenvolvimento deste local e a olhos vistos”.

Em conversa com Cremilde dos Santos, também moradora do “Abel Jafar”, ficámos a saber “da brutalidade” com que os gatunos assaltaram o vizinho do lado. “Foi por volta da meia-noite, eles invadiram a residência munidos de armas, amarraram as filhas e a mãe e bateram no dono da casa, portanto, o pai da família. Depois tiraram tudo o que quiseram, até o próprio portão”, contou Cremilde dos Santos.

Julião Machuque, outro morador de Marraquene, disse que pela gravidade da situação foi retirado o curso nocturno das escolas locais.

O chefe do quarteirão 7 do bairro Abel Jafar, Francisco Augusto, acrescentou que devido à insegurança começa a verificar-se o abandono de algumas moradias pelos respectivos proprietários.

Entretanto, avançou que “o grande problema está na falta de iluminação. Já metemos vários pedidos à EDM mas, até hoje, não tivemos resposta, e isso dificulta a segurança desta zona”, denunciou.

O bairro é grande

e dificulta o policiamento

–Luísa Membe, porta-voz do posto administrativo de Marracuene

domingoconversou com a porta-voz do posto administrativo de Marracuene a propósito dos problemas levantados pelos moradores daquela parcela administrativa.  

Membe mostrou-se preocupado com a situação: “Muitos moradores sofrem, principalmente, de noite. Até o ensino está a ser afectado, uma vez que foi retirado o curso nocturno”,

Entretanto, segundo afirmou, foram reunidos alguns jovens voluntários para fazerem patrulha no bairro, “para ver se minoramos a ocorrência de crimes, uma vez que o posto policial local não consegue dar conta de todo o distrito”.

Texto de Virgínia Mussuruco

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