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Somos obrigados a eliminar o Lesotho

Por admin

Depois de ultrapassar as Maurícias com um agregado final de (2-2), beneficiando do golo marcado fora na derrota por 1-2, a Selecção Nacional de Futebol de Moçambique Sub-20 já se prepara para disputar com o Lesotho a segunda eliminatória de qualificação ao CAN da categoria agendado para próximo ano Zâmbia.

O desafio da primeira “mão” terá lugar em Maputo no dia 20 de Maio corrente e o jogo de retribuição será em Maseru quinze dias depois.

O Seleccionador Nacional dos “Mambinhas”, Arnaldo Ouana, assume ser obrigação de Moçambique ultrapassar o Lesotho, mesmo reconhecendo que o adversário é forte e até disputou o último Campeonato Africano da categoria.

Acaba de anunciar a pré-convocatória para o jogo com o Lesotho, como descreve esta convocatória?

A convocatória não tem muitas novidades, mas inclui algumas caras ovas que vem trabalhando connosco há bastante tempo. Houve necessidade de reintegrar alguns atletas. Temos três guarda-redes, sete defesas, oito médios e dez avançados.

A selecção criou muitas oportunidades de golo contra as Maurícias mas só marcou dois golos. O que se passou?

É verdade, desde o primeiro dia prometemos muito trabalho. Não é fácil moldar os jogadores, especialmente os avançados, para que sejam matadores como chamamos. Com trabalho, dedicação, empenho e muito querer aprender por parte dos jogadores, pensamos que dia a dia vamos melhorar a nossa prestação em termos de finalização. Nos jogos da primeira eliminatória, de facto tivemos muitas oportunidades que não conseguimos aproveitar.

Foi por isso que Moçambique perdeu nas Maurícias?

Perdemos por dois a um, quem não viu o jogo pode pensar que passamos mal, mas o resultado não reflecte aquilo que se passou no campo. Tivemos controlo da partida, no início não totalmente por causa da fadiga, pensamos que teve muito a ver com a viagem, porque viajamos à última hora, não tivemos tempo de repouso nem sequer para almoçar em condições no dia do jogo. Isso notou-se na nossa qualidade. Depois soubemos contornar e reagir e conseguimos passar a eliminatória. Vamos continuar a trabalhar no sentido de melhorar a nossa finalização. Sabemos que não é fácil porque hoje em dia não aparecem matadores. Temos que trabalhar afincadamente porque outrora os jogadores vinham do bairro com instinto goleador, como foi o meu caso, não aprendi a marcar golos no clube, mas no bairro. É uma situação que se deve trabalhar muito a nível da formação.

Está informado da qualidade do Lesotho?

Sabemos que é uma equipa muito bem organizada, que disputou o último CAN. É certo que poderá não ter todos elementos que jogaram no CAN passado, mas pelo trabalho que vem desenvolvendo, sabemos que é uma equipa bem organizada que esperamos superar com a nossa qualidade técnica individual, aliado ao colectivo. Pelas informações que temos, é uma selecção muito forte, não podemos pensar que é o Lesotho e que vamos passar a eliminatória. Será a doer, temos que estar totalmente concentrados para conseguir almejar o nosso objectivo que é passar o Lesotho para disputar a última eliminatória. Nossa esperança é passar esta eliminatória.

TEMOS MAIS TALENTOS

Como está o ambiente na equipa?

Graças a Deus são rapazes humildes, com muita vontade de aprender. Dia a dia notamos isso, o ambiente é são. Não há guerrinhas internas, está tudo em ordem.

Antes das Maurícias conhecia pouco os jogadores, agora tem mais conhecimento. Tendo em conta esse factor, esta eliminatória será mais acessível que a anterior?

Diria que sim, partindo de princípio que já nos conhecemos, nós equipa técnica e os jogadores. Mas não será tão fácil porque continuamos a ter pouco tempo com os jogadores. Os atletas que vem de fora de Maputo são titulares, o desejável era tê-los desde já, não na semana do jogo como vai acontecer. Na selecção não é possível ter os jogadores mais tempo. Vamos trabalhar com o que temos, nas nossas regras e condições disponíveis. Contamos com todos jogadores convocados para atacar o Lesotho.

Está satisfeito com os jogadores que tem à disposição?

Satisfeitos não estamos totalmente, é difícil dizer que estamos totalmente satisfeitos. Semanalmente observamos jogadores, são muitos que ainda não conhecemos e que nunca ouvimos falar e que podem integrar a selecção. Alguns dos convocados poderão sair do grupo no futuro, quando não estiverem a competir, a faltar aos treinos dos clubes pensando que já são seniores. Os jogadores que faltarem aos jogos e treinos de suas equipas juniores não terão lugar nesta selecção. Vamos eliminar essas situações. Quem não compete não vai jogar. Neste grupo, representamos o país, não nossos interesses individuais. Podemos ter sido enganados uma vez, mas com certeza não seremos sempre.

Convocou muitos avançados, é estratégia para jogar ofensivamente?

Queremos que o jogo seja mais ofensivo, o futebol vive de golos e nós confiamos mais nos avançados, não que o jogo seja feito apenas por avançados porque todos podem marcar golos, incluindo o guarda-redes.

Como avalia a forma actual dos jogadores? Agrada-lhe como trabalham nos clubes?

Embora não tenha acompanhado directamente o trabalho que fazem nos clubes, agrada-me a forma como os jogadores se apresentam. Prometemos aos clubes que iremos acompanhar o seu trabalho para haver harmonia no clube e selecção. Em termos do rendimento dos jogadores, estão numa fase progressiva, ainda que não seja a ideal. Mesmo comparando os jogos da primeira eliminatória, no segundo estivemos melhor, apesar do constrangimento da viagem.

Olhando a origem dos jogadores e sendo o Moçambola uma referência, temos aqui jogadores a evoluírem no campeonato principal?

Temos alguns. São os casos do Mussa, do Ferroviário da Beira, António, do Estrela Vermelha, Leandro, da Liga Desportiva, Bruno e Cândido, do Maxaquene, e Celestino, do Desportivo do Niassa. O ideal é observar os jogadores e chamar os melhores. Temos colegas espalhados pelas províncias que nos ajudam porque ainda não é possível observarmos os atletas em todo país.

O facto do Lesotho ter jogado o último CAN e Moçambique não, faz deles favorito nesta eliminatória?

Em termos práticos não. Trabalharam para estar no CAN, é uma selecção provavelmente melhor estruturada, nós estamos a construir um grupo, mas entendo que temos maior obrigação de ultrapassar o Lesotho porque temos muito mais talentos e o nosso país é vasto em termos de futebol. O importante é um trabalho aturado, sério para superar todos da zona austral e até fazer furor no CAN, mesmo que não seja com este grupo, o país tem muitos jogadores que ainda não sabe aproveitar devidamente. Estamos aqui para contribuir nesse trabalho e penso que vamos conseguir.

Pré-convocatória

Maxaquene – Eduardo Mondlane, Bruno Langa, Cândido Mate, Edilson Soares, Victor Mário e Domingos Macandza.

Ferroviário de Maputo – Philipe Macuiane, André Manhiça (Neldinho), Mário Capena, Adriano dos Santos e Francisco Mabote.

Liga Desportiva – Leandro Caiado, Omualdo Chume e Edmilson Macuacua.

Desportivo – Dinis Ibraimo, Nilton Guilube e Alfredo Malate.

Costa do Sol – Osvaldo José e Domingos Fortence.

Ferroviário da Beira – Mussa Amadeu

Estrela Vermelha de Maputo – António Muquetua e Yuran Ribeiro.

Têxtil – Blessinga Kuluja.

Estrela Vermelha da Beira – Márcio Gimo.

Desportivo de Lichinga – Elcino Celestino.

Desportivo de Macuacua – Joaquim Mapangane e Nilton Daniel.

Sporting de Portugal (Neymar).

Custódio Mugabe
custodio.mugabe@snoticicas.co.mz

 

 

 

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