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Niassa: terra fértil para atletismo!

Por admin

A província do Niassa tem desde 2009 uma pista de atletismo construída no âmbito de realização, em Lichinga, do Festival Nacional de Jogos Desportivos Escolares de 2011; tem associação provincial com sede própria, desde 11 de Maio de 2016, resultado da promessa eleitoral de Shafee Sidat na campanha para o cargo de presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, cujo primeiro mandato termina em Novembro deste ano; tem clima, altitude e temperatura para uma boa prática de corridas, sobretudo de longa distância e tem talento que nasce todos os dias.

O que não tem, mas procura ter, são pessoas capazes de perceberem que com o desporto também se ganha a auto-estima, desde que os interesses pessoais não se sobreponham aos públicos. É desse tipo de pessoas que a Associação Provincial de Atletismo de Niassa precisa, gente que não viva a lamentar da falta de dinheiro para dinamizar a prática de atletismo nos distritos, o que passa por saber convencer as autoridades governamentais distritais e municipais e o empresariado da importância do desporto, sobretudo desta modalidade que Niassa pode fabricar campeões nacionais e internacionais.

Fala – se muito da falta de patrocínio, por parte do empresariado local, já que o nacional diz que apoia o desporto a partir da capital do país, Maputo. Mas quem é o investidor que aposta em pessoas que aparentam não sérias? Nenhum. A credibilidade dos dirigentes conta bastante para o prestígio de qualquer instituição! E quem goza de prestígio não lhe faltam ajudas.

OBRIGADO, SENHOR PRESIDENTE!

Quem não hesitou em dar mão de ajuda ao atletismo de Niassa foi Shafee Sidat, que do seu bolso tirou dinheiro para a construção da sede que a APAN vinha precisando. Como se não bastasse equipou-a de mobiliário diverso, incluindo informático.

Na cerimónia de inauguração da sede da APAN, que terminou em alegria e festa, ouviram – se vários elogios. Mas antes, ouviu-se a voz de Shafee.

“Nós não formamos Lurdes Mutola. Precisamos de formar, caso não, jamais teremos o que queremos nas pistas do atletismo mundial. Não tenho tido boa colaboração com o presidente desta associação. Não ajuda. Mandamos dinheiro e ele não o usa para a associação. Até desliga telefone. Espero que façam bom uso destas instalações. Agradeço a Direcção Provincial da Juventude e Desporto. Estou a construir sedes das associações com fundos próprios”, frisou o presidente da FMA.

“Agradecemos pelo gesto do presidente da FMA. É gesto único. Já o precisávamos. Na província só existem duas associações com sedes, as de futebol e atletismo. Nós vamos continuar a apoiar o atletismo. Esperamos que com as eleições à vista, a situação do atletismo aqui em Niassa mude para o melhor. Já pensei num centro de excelência aqui em Lichinga para captação de talento”, Rui Patarsotam, chefe do departamento de desporto na DPJD.

“É um ganho para o nosso desporto. Não basta ter esta casa como sede, importa a sua manutenção. Agradecemos a FMA por este magnífico gesto. Estamos gratos”, Benedito Henriques, vereador para a área de desporto e cultura no Município de Lichinga.

“Esta infra-estrutura honra-nos. Nós, como Educação, temos recursos humanos. As nossas escolas fornecem o talento. Que a associação se solidifique. Que organize mais torneios de atletismo”, Felizardo Buanamussa, chefe substituto da repartição do desporto e saúde escolar na Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano.

“ Muito obrigado. Estamos há trinta anos a trabalhar por cima de joelhos. Obrigado, senhor presidente” Luís Dionísio, Secretário-geral da APAN, provável substituto de José Wiski do cargo de presidente de direcção. Wiski dirige a APAN há dezenas de anos. 

Pista escapou…

e necessita de tartan

Inaugurada a 11 de Julho de 2009, pelo então Presidente da República, Armando Guebuza, a pista de atletismo de Lichinga por pouco seria destruída para dar lugar a outro tipo de infra-estruturas. Dos seis hectares que ocupava ficou com 5.15 hectares. A outra parte desapareceu com a usurpação do terreno que estava em marcha.

A Direcção Provincial da Juventude e Desporto (DPJD) apercebendo-se da venda, por partes, do terreno da pista, contactou o Fundo de Promoção do Desportiva (FPD) para disponibilização de fundos para a sua vedação. O sim de Maputo permitiu a realização das obras iniciadas em Dezembro de 2015, que praticamente estão concluídas, como podemos observar no local, onde a presença da polícia é de 24 sobre 24 horas, impedindo que os dois tanques de água e material de balneários (e não só) sejam roubados. 

Entretanto, para uma prática sá de atletismo na Pista de Lichinga terá que haver um fundo específico para a sua manutenção, o que permitirá deixar de ser museu de capim e saibro destruído.  

Quem não quer que a Pista de Lichinga, no bairro de Chilaula, fique sempre fechada é Luís Jhon (Dre), ex-atleta, agora patrono do Núcleo Vinte – Vinte, que movimenta um pouco mais de uma dezena de atletas. Se ainda existe atletismo no Niassa é graças a esse núcleo, que recentemente representou a província no “Regional” norte de atletismo, em Quelimane.  

Manuel Meque
manuel.meque@snoticicas.co.mz

 

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