A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) desqualificou a província de Nampula da Taça de Moçambique por incumprimento do calendário de competições pela associação provincial de futebol.
A FMF marcou para domingo passado o desafio dos oitavos-de-final entre as Águias Especiais de Lichinga e o representante da província de Nampula, partida não realizada por falta de comparência da equipa de Nampula.
Nesse mesmo dia, à mesma hora, a Associação Provincial de Nampula marcou para Nacala o jogo de apuramento do seu representante para os oitavos-de-final, entre o Desportivo de Nacala e o Ferroviário de Nampula, desafio ganho pelos “locomotivas” por dois a zero.
A Associação de Futebol da Província de Nampula escreveu à federação informando que não tinha outra data para realizar o jogo e solicitou o adiamento do desafio com a equipa de Lichinga para uma outra data, pedido não aceite.
A partida para o apuramento do representante de Nampula não aconteceu antes porque o Ferroviário solicitou à associação o seu adiamento alegando que tinha mais de dois jogadores convocados para as selecções nacionais de Moçambique e do Malawi.
O Secretário-Geral da FMF, Filipe Johane, explicou ao domingo que todas associações provinciais foram informadas da necessidade de cumprimento do calendário de competições sob o risco de perturbar o decurso normal da época futebolística, e Nampula não cumpriu com o acordado. Cada província devia indicar seu representante até dia 22 de Maio passado.
Exemplificou com o caso da província de Tete, a qual, vendo-se apertada com o tempo, decidiu-se pelo sorteio para o apuramento do primeiro e segundo classificados da fase provincial da prova, nomeadamente a União Desportiva de Songo e Chingale.
“Provavelmente, Nampula devia ter seguido uma fórmula semelhante ou realizar o jogo nos prazos estabelecidos. A equipa de Lichinga participa no Campeonato de Divisão de Honra da zona norte e não é culpada pelos atrasos de Nampula”, aclarou o dirigente.
Filipe Johane comparou com a participação de clubes moçambicanos nas competições sob égide da Confederação Africana de Futebol (CAF), referindo que o prazo de indicação dos nossos representantes é 30 de Novembro e é inegociável.
“A CAF não nos vai perguntar porque não enviamos os nomes dos nossos clubes. Ou cumprimos os prazos ou ficamos de fora”, comparou, reforçando que a associação de Nampula é filiada da FMF mas é necessário cumprir as regras e o calendário de competições é do domínio dos clubes e associações desde Fevereiro passado.
Esse calendário não é estranho, estamos a implementar tudo o que foi aprovado pelos dirigentes em Assembleias Gerais da federação e da Liga Moçambicana de Futebol. As paragens ou interrupções do Moçambola, Taça de Moçambique e Taça da Liga estão todas previstas.
Colocado perante o argumento de adiamento do jogo por causa de jogadores nas selecções nacionais, Johane disse que associação de Nampula é livre de agendar jogos dos seus filiados e desde que a época iniciou em Dezembro passado os “Mambas” só jogaram em Maio com o Ruanda.
Tal como referiu, as fases provinciais da Taça de Moçambique são geridas pelas associações provinciais sem interferência directa da federação na marcação ou adiamento dos jogos.
Ainda na Taça de Moçambique, há a assinalar a desqualificação do Chingale e Sporting da Beira, que alegaram instabilidade militar para se deslocarem a Chimoio e Songo, respectivamente, onde deviam enfrentar o Textáfrica e União Desportiva do Songo.
Custódio Mugabe
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