A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) vai realizar mais uma sindicância ao clube Ferroviário de Nacala para transmitir o fim da linha aos adeptos que domingo passado protagonizaram mais um espectáculo de violência no Estádio 25 de Junho, em Nampula.
Em protesto a decisões da equipa de arbitragem, adeptos do Ferroviário de Nacala arremessaram pedras e objectos contundentes ao retângulo do jogo durante o desafio com o seu homónimo de Nampula, o que ditou a interrupção do desafio por duas vezes.
São os mesmos adeptos que na 5ª jornada, contra o mesmo Ferroviário de Nampula, protagonizaram escaramuças que culminaram com a aplicação dum castigo de três jogos à porta fechada.
Face à reincidência deste tipo de comportamento, a direcção da LMF promete endurecer as medidas. “Já basta, nos próximos dias vamos a Nacala para dizer que não teremos mais contemplações. O Moçambola não pode sair prejudicado por causa dum grupo de adeptos”, disse Augusto Pombuane, Vice-presidente da LMF para a Alta Competição.
Pombuane falava semana finda durante a reunião de balanço da I volta do “Moçambola” com clubes e jornalistas, na qual, foi igualmente destacada a necessidade de melhor preparação das colectividades que ascendem ao campeonato. O tema foi motivado pelo percurso atribulado do Desportivo do Niassa na prova.
A respeito, o presidente de direcção da LMF, Ananias Couana, observou que aquele organismo está em permanente contacto com o Desportivo do Niassa para aguentar-se nas dez jornadas que faltam disputar e tudo aponta nesse sentido.
Couana lembrou aos clubes para se licenciarem segundo as regras da FIFA, frisando que “o licenciamento dos clubes vai resolver muitos problemas como este apresentado pelo Desportivo do Niassa”.
Referiu-se ao compromisso ainda não efectivado de mobilidade dos delegados dos jogos, afirmando que “estamos a fazer todo esforço para termos a rotatividade dos delegados, porque queremos que reportem efectivamente o que acontece nos jogos”.
Os clubes insistiram com a vontade de inscrever mais atletas estrangeiros. Agora, o regulamento só permite a utilização de três atletas por desafio. “Estamos a trabalhar com federação, ainda não temos decisão a respeito”, indicou Couana.
Igualmente destaque mereceu a qualidade dos campos, sendo os mais preocupantes o de Desportivo de Tete, Estádio Municipal de Lichinga e Estádio da Bela Vista, em Nacala. O Moçambola é disputado em 14 campos, todos relvados.
Sobre o calendário de jogos, mormente reclamado pelos treinadores, Ananias Couana disse que o mesmo foi harmonizado com as direcções dos clubes em Assembleia Geral no início da época.
– É um calendário às vezes apertado porque temos de acomodar os jogos da Taça de Moçambique, Taça da Liga BNI e das selecções nacionais. A solução mais próxima será, apartir do próximo ano, iniciarmos o campeonato um pouco mais cedo, talvez em Fevereiro, em vez de Março como agora acontece.
Custódio Mugabe
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