Celebrou-se, ontem, o Dia Mundial do Livro. Neste âmbito, a Associação Movimento Literário Kuphaluxa efectou no bairro de Chamanculo o lançamento da iniciativa “Um Livro no Bairro”, um programa que visa permitir o acesso a obras literárias de diferentes géneros às populações das zonas periféricas e suburbanas na cidade e província de Maputo.
O programa, que resulta de uma parceria
com a Alcance Editores e Autoridade
Tributária de Moçambique, levará
ainda às populações a educação fiscal,
na componente de registo do Número
Único de Identificação Tributária (NUIT),
associando a causa das artes à prioridade
nacional de educar sobre a importância
dos impostos.
Entretanto, ao criar este projecto,
que arrancou ontem, pretende-se “caçar”
leitores para a literatura moçambicana,
promovendo principalmente a
literacia na infância e nos jovens.
De um modo geral, “Um Livro no
Bairro” se traduz na realização de uma
feira de livro num bairro, disponibilizando
diferentes títulos de obras nacionais,
com custos de compra reduzidos a pensar
na facilidade de obtenção por parte
dos leitores e dos potenciais leitores.
Uma vez que o projecto pensa principalmente
nos “não leitores” comporta
actividades interactivas com contadores
de histórias, declamadores, entre
outras actividades, incluindo sessão de
autógrafos com autores publicados pela
Alcance Editora, parceira exclusiva do
programa.
Por outro lado e porque já vem ocupando
principais palcos de conversas, a
organização associou a iniciativa com a
necessidade de pagamento de impostos,
factor decisor para financiamento de
projectos públicos, incluindo no sector
da cultura, daí o envolvimento da AT
para atribuição do NUIT.
Para “Kuphaluxa”, a realização desta
iniciativa, que de forma pioneira pensa
no cidadão “pacato”, nos famos jovens
com pouco interesse na leitura, representa
o nascer de uma verdadeira expectativa
de um Moçambique literário,
onde o livro constitui um instrumento de
busca de conhecimento de experiências
diante de vários dilemas sociais que se
vivem.
A falta de espaços para leitura, bastante
visível pela ausência de bibliotecas,
particularmente nos bairros periféricos,
faz com que “Um Livro no Bairro”
seja uma iniciativa de capital importância
para o acesso ao livro e ao conhecimento
por parte dos menos habilitados.