O escritor moçambicano Mia Couto é o primeiro estrangeiro que integra a lista de 20 autores cujas obras foram qualificadas, na passada quarta-feira, para a fase final do Prémio São Paulo de Literatura – melhor romance, o maior do Brasil em premiação individual.
Mia Couto concorre na categoria de “Melhor Romance do Ano” com o livro “Mulheres de Cinza”, primeiro da trilogia “As Areias do Imperador”. Outros nove escritores de diferentes estados brasileiros estão igualmente a disputar o prémio de 200 mil reais (cerca de 4.095.000 meticais) na mesma categoria, por sinal a principal.
Em conversa, feita ao celular, Mia avançou que se sente orgulhoso por integrar a lista dos 20 autores seleccionados ao Prémio São Paulo de Literatura, uma vez que “há essa satisfação de que se conhece a nossa produção literária naquele país. Mas isso não significa que em Brasil conheçam a nossa cultura tal como nós conhecemos a deles. Há ainda um longo caminho a percorrer”, disse.
Adiante acrescentou que “não estou sozinho. Comigo estão todos escritores moçambicanos, pois só juntos construímos a nossa literatura”.
Há também três obras que concorrem na categoria “Melhor livro de Romance do Ano” – autor estreante com mais de 40 anos e outros sete na categoria “Melhor Livro de Romance do Ano” – autor estreante com menos de 40 anos.
Criado em 2008, o Prémio São Paulo de Literatura tem como objectivo incentivar a produção literária e nele já participaram mais de 1200 livros, tendo premiado 19 romances.
Os vencedores da presente edição, que teve 195 livros inscritos de 92 editoras, serão anunciados no mês de Outubro, em data ainda a ser definida.
Refira-se que o regulamento do prémio não veta a participação de estrangeiros, desde que a obra seja em português e tenha saído primeiro no Brasil, é o caso do livro “Mulheres de Cinza”.