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EN1 e EN4 registam mais acidentes

Por admin

A sinistralidade rodoviária continua preocupante. Dados policiais do ano passado mostram que a Estrada Nacional Número 1 (EN1) e a Estrada Nacional Número 4 (EN4) são os principais palcos de acidentes de viação na capital do país, Maputo. Com efeito, dos 586 acidentes ocorridos nestes locais, 140 aconteceram na EN1 e outros 41 na EN4.

Apar da EN1 e da EN4,
as avenidas Julius Nyerere
e Joaquim Chissano
posicionam-se
em terceiro e quarto
lugares com 28 e 20 sinistros,
respectivamente. A Estrada
Circular, no período em análise,
situou-se no último lugar, com
oito acidentes.
Nesta estrada (Circular), os
acidentes mais comuns são o
embate em rotundas em resultado
da inobservância do limite
de velocidade fixado em 60 quilómetros
por hora na maioria
dos troços, uma vez que esta via
atravessa zonas residenciais.
No resto do país, a Estrada
Nacional n.º 1 surge como a que
mais sinistros regista em todas
as províncias que atravessa e só
perde com a Estrada Nacional
Número 6 (EN6) que rompe as
províncias de Sofala e Manica.
A análise do fenómeno dos
acidentes de viação demonstra
resultados curiosos e até paradoxais.
Por exemplo, poderia
se pensar que os condutores de
categorias mais inferiores como
ligeiros pudessem cometer mais
acidentes, porém as estatísticas
demonstram precisamente o
contrário.
As categorias de Pesado “C”
(incluídas as respectivas subcategorias),
Serviços Públicos
(P) e Profissionais situam-se no
topo do ranking dos acidentes
de viação, com 34, 20 e 15 por
cento, respectivamente, incluídos
os respectivos subgrupos.
O facto de a categoria “P”
(Serviços Públicos), incluídos os
respectivos subgrupos, figurar
na 2.ª posição do ranking com
20 por cento dos casos analisados,
atrás da categoria “C”
(profissionais), é extremamente
preocupante se se considerar
que a categoria “P” representa
apenas 10,1 por cento do total
de condutores formados entre
os anos 2012 e 2013.
Porém, pelo facto de o banco
de dados da PRM não incluir o
indicador “Tipo de Serviço” que
o condutor fazia aquando do cometimento
do acidente não foi
possível aferir sobre o grau do
envolvimento destes profissionais
(Serviços Públicos, Transporte
de Carga, ou Cargas/Passageiros)
nos acidentes.
Em termos estatísticos, a
faixa etária de 31 a 35 anos liderou
a sinistralidade com 24 por
cento dos condutores, seguida
dos automobilistas com idades
compreendidas entre 26 e 30
anos, com 20 por cento, e dos
36 a 40 anos, com 16 por cento.
Os dados em análise confirmam
a crença popular de que
os condutores mais adultos são
mais responsáveis. Na verdade,
os automobilistas da faixa etária
dos 40 anos em diante registam
uma tendência decrescente
de envolvimento em acidentes
de viação.
O nervosismo com que muitos
trabalhadores se metem
nos seus automóveis depois da
labuta e a curtição do fim-de-
-semana apresentam-se como
factores concorrentes para
o alto grau de sinistralidade.
Chegámos a esta conclusão ao
analisar os horários com maior
número de acidentes de viação
bem como os dias de semana.
O maior número de acidentes
ocorre nos fins-de-semana, com
ênfase para madrugadas de sábado
e domingo.
ACIDENTES MATAM E
FEREM MAIS HOMENS
Na radiografia aos acidentes
de viação constata-se
que os homens estão entre as
maiores vítimas tanto mortais
como entre os feridos graves e
ligeiros. No caso do ano passado,
dos 986 acidentes de
viação que causaram a morte
de 527 pessoas, setenta e três
por cento são do sexo masculino,
acontecendo o mesmo em
relação ao número de feridos
graves que é de 683 homens
contra 450 do sexo feminino.
Dentre os feridos ligeiros
causados por este grupo de
acidentes estão 1174 homens
contra 791 mulheres.
Embora em termos de
quantidade de acidentes a
província de Maputo e Maputo-
-cidade tenham o maior número,
o de maior gravidade verificou-
se em Nampula com 285
mortos, seguida de Sofala com
224, superando assim a média
nacional por província que é de
222 vítimas mortais.

Texto de Francisco Alar
francisco.alar@snoticicas.co.mz

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