Por volta das vinte e três horas de uma quarta-feira do mês de Janeiro do ano passado (2015), o jovem Alexandre Manhiça se dirige à casa do amigo, na circunstância Vasco Moisés.
Durante a caminhada encontra jovens envoltos numa arruaça relacionada a crime com recurso a armas brancas. A dado momento a agentes da Polícia afectos à 12ª esquadra da cidade de Maputo se fazem ao local, ordenando para que todos ficassem de costas.
O jovem Alexandre fazia parte dos transeuntes que passavam do local quando foi preso juntamente com um grupo de quatro jovens. Atónito, procurou esclarecimento junto dos oficiais que, de imediato, retorquiram que tomaria conhecimento na esquadra.
Inerte, viu-se desviado do seu percurso sem, no entanto, conseguir comunicar-se nem com a família e muito menos com o amigo que esperava por ele.
A família do acusado aventa a possibilidade dele ter sido confundido como membro do grupo de quatro jovens (com quem foi detido) que acabavam de assaltar uma mulher com recurso a armas brancas (facas, chave de fenda e catanas) num parque de transportes semicolectivo de passageiros da Praça dos Combatentes (xikhelene). Na ocasião, Alexandre Manhiça foi levado à esquadra de Matxiquetxique, no bairro de Polana Caniço “B”, onde permaneceu dez meses aguardando julgamento.
Mais tarde foi transferido para o Estabelecimento Prisional de Recuperação Juvenil de Boane, na província de Maputo, tendo neste momento cumprido pelo menos um ano e cinco meses de pena, depois de ter sido condenado oito anos por roubo qualificado pelo Tribunal Judicial do Distrito Municipal KaMaxaquene – 2ª Secção criminal, na cidade de Maputo. domingo obteve esses dados no Tribunal Judicial da 6ª Secção da cidade de Maputo.
O processo-crime tem como número 235/15-B. A nossa Reportagem apurou que o processo subiu, no dia 29 de Dezembro de 2015, para a instância superior que é a 6ª Secção do Tribunal Judicial da cidade de Maputo, com número 79/2015, no âmbito do recurso levantado pelo advogado do réu, onde será analisado pelo juiz da 7ª Secção.
A nossa Reportagem dirigiu-se à casa de Alexandre Manhiça, onde conversou com Isabel Ngwenha, a mãe do réu, que manifestou seu descontentamento em relação à condenação do seu filho.
Segundo ela, custa acreditar que seu filho mais novo ainda continue preso “mesmo depois dos outros membrosda quadrilha terem negado o envolvimentodele no crime.”