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Grave seca afecta África Austral

Por admin

O Governo moçambicano decretou alerta vermelho por 90 dias devido à seca no centro e o sul de Moçambique e que mantém quase 1,5 milhões de pessoas em insegurança alimentar, segundo um comunicado do Conselho de Ministros divulgado esta semana.

"A declaração do alerta vermelho visa melhorar a mobilização do Governo e parceiros, além de priorizar actividades para garantir que não haja perca de vidas", disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde.

Durante os 90 dias, o Governo pretende dinamizar acções de assistência às populações afectadas pela estiagem, numa estratégia que prevê cerca de 580 milhões de meticais para reforçar a assistência alimentar, no âmbito do Plano de Contingência.

"É necessária a mobilização de mais fundos junto aos parceiros para reforçar o Plano de Contingência", afirmou Mouzinho Saide, reiterando que tudo está a ser feito para evitar óbitos devido à estiagem.

As províncias do centro e do sul de Moçambique são as mais afectadas pela seca e, segundo os dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), apenas 10% dos camponeses conseguiram ter resultados no primeiro período da época agrícola.

Para responder às necessidades das populações afectadas, segundo o INGC, o Governo moçambicano precisa de três mil toneladas de cereais e duas mil toneladas de feijão por mês, uma quantidade de produtos avaliada em 13 milhões de dólares mensais.

Moçambique é sazonalmente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral, mas o sul do país é igualmente afectado por secas prolongadas e que este ano atingem também províncias da região centro.

A seca afecta tambem vários países da África Austral, entre os quais o Malawi que esta semana declarou o estádio de catástrofe natural.

O Presidente do Malawi, Peter Mutharika declarou o estado de catástrofe natural no país devido à falta de alimentos, causada pela grave seca.

"Declaro o Malawi em estado de catástrofe natural depois dos prolongados períodos de seca, durante a época agrícola 2015-2016", indicou Mutharika, em comunicado.

"A diminuição da colheita prevista de milho é de cerca de 12% relativamente à produção do ano anterior. Mais pessoas terão dificuldade em conseguir alimentos e vão precisar de assistência humanitária ao longo de todo o ano 2016-2017", afirmou.

O Programa Alimentar Mundial (PMA) indicou prestar actualmente assistência a cerca de três milhões de pessoas no Malawi, onde 23 dos 28 distritos estão afectados.

"A situação é muito grave e pensamos que o pior ainda está para vir. Vai demorar muito tempo até que a situação melhore. Qualquer melhoria nos próximos meses será insignificante", disse David Orr, porta-voz do PMA para a África Austral.

Apesar da crise alimentar, o Presidente do Malawi Presidente Peter Mutharika revelou que nenhuma pessoa morreu de fome.

"Foi-me dito pelo serviço policial Malawi e pelo bureau de inteligência que ninguém morreu de fome no país, embora alguma alguma mídia tenha relatado a morte de um bebe.

A Zâmbia e o Zimbabwe registam também graves dificuldades no abastecimento de alimentos, enquanto a África do Sul declarou esta seca a pior em 100 anos.

No Zimbabwe 2,8 milhões de pessoas – mais de um quarto da população rural – não têm alimentos suficientes. O PMA fornece actualmente assistência a cerca de 730 mil pessoas.

 

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